"A terra era ruim. Tivemos que inventar nosso método de produção, aprender a preparar o solo, escolher as variedades certas de sementes, o adubo certo. Sem transformação do solo e sem esse processo tecnológico, não iríamos produzir nada". A frase é de um dos pioneiros do boom da soja na região do Matopiba nos anos 80, o agropecuarista Júlio César Busato, em entrevista ao jornal A Tribuna, de Santos, no litoral paulista, que divulgou reportagem sobre a produção na região.
Ele chegou ao oeste da Bahia no final da década de 80, alugou um terreno e plantou 800 hectares de soja. "Quando cheguei aqui o hectare estava cerca de cem vezes mais barato que na minha região", lembra.
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Na época, a cultura da soja na região havia acabado de ser ganhar repercussão nacional. Três anos depois, adquiriu 2,3 mil hectares de terras. Entre 1988 e 2008, sua produção passou de 418,4 toneladas para 5,7 milhões de toneladas. Em 2015, passou de 10 milhões de toneladas.
Como centenas de agricultores do sul do Brasil, nos anos 70 e 80, ele vendeu suas propriedades e se aventurou ao novo eldorado. "Nos enfiamos no cerrado: Não tinha água corrente nem luz, então não tínhamos telefone nem geladeira. A cidade mais próxima estava a cerca de seis horas de carro da fazenda", lembrou.
Conforme a publicação, os esforços do pioneiro Busato resultaram na construção de um império agrícola milionário que emprega 500 trabalhadores e reúne 41 mil hectares - dos quais, 23 mil de algodão e 14 mil de soja. (Com informações do jornal A Tribuna, de Santos, SP)
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