O Brasil produziu 841.005 toneladas de peixes de cultivo (tilápia, peixes nativos e outras espécies), em 2021. Esse resultado representa crescimento de 4,7% sobre a produção de 2020 (802.930 t).
O estudo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) aponta que ano a ano a atividade supera o cenário macroeconômico complexo e mantém média de crescimento de 5,6% desde 2014, ano que marca a criação da PeixeBR e o início da apuração de dados estatísticos sobre a piscicultura brasileira pela associação.
“A piscicultura representa a atividade de produção animal que mais cresce nos últimos anos. Obviamente que isso decorre do consumo ainda baixo (menos de 5 kg por habitante ao ano), mas também das características dos peixes de cultivo em termos de qualidade e segurança. A atividade é extremamente profissional, trabalha com boas práticas e utiliza modernas tecnologias em genética, sanidade, nutrição e equipamentos”, ressalta Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
Um milhão de produtores
Segundo monitoramento da entidade, a piscicultura envolve mais de 1 milhão de produtores, gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e outros 2 milhões indiretos e, em 2021, movimentou R$ 8 bilhões.
A piscicultura foi diretamente impactada pela elevação dos insumos e matérias-primas para alimentação animal. Além dos macroingredientes (milho e farelo de soja), destaque para os microingredientes importados, que subiram em dólar e enfrentaram problemas de abastecimento regular durante diferentes períodos do ano.
No mercado interno, a manutenção dos elevados níveis de desemprego e a consequente redução do poder de compra da população também dificultaram a comercialização de peixes com rentabilidade aos produtores, especialmente em estados das regiões Norte e Nordeste.
“Não foi um ano fácil para os produtores de peixes de cultivo. A realidade foi muito diversa nos estados. Alguns mercados encontraram formas de manter ou até elevar os níveis de comercialização e outros enfrentaram mais dificuldades. A pandemia foi decisiva para este cenário, assim como foi – e está sendo – para a economia brasileira como um todo”, explica Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
Entre os pontos positivos do ano, o presidente executivo da PeixeBR destaca o crescimento das exportações e também o contínuo investimento das empresas verticalizadas em novos produtos para incentivar o consumo.
Em 2021, a piscicultura brasileira produziu 534.005 toneladas de tilápia, com crescimento de 9,8% sobre o ano anterior (486.255t). A espécie representou 63,5% da produção de peixes de cultivo como um todo, comprovando sua viabilidade para as condições brasileiras. Foram produzidos 262.370 t de peixes nativos (31,2% do total), com recuo de 5,85% em relação a 2020. A questão ambiental, a falta de programas oficiais de apoio ao cultivo e dificuldades de mercado foram decisivos para esse desempenho do segmento.
As outras espécies (carpas, trutas e pangasius) foram responsáveis por 5,3% da produção total de 2021, atingindo 44.585 toneladas: +17% sobre o resultado do ano anterior, comprovando o potencial do pangasius para o clima brasileiro. (Da Texto Assessoria)
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