Pré-candidato à presidência da Federação da Agricultura do Estado do Tocantins (Faet), o agropecuarista Nasser Iunes tem como algumas de suas principais metas que a entidade seja, de fato, a “casa do produtor” atenta às demandas da classe, esteja próxima dos sindicatos e seus filiados, priorize o diálogo com todas instituições e correntes políticas e representativas existentes no Estado.
“É uma tarefa árdua, mas precisamos resolver no atual cenário a nossa representação. Democraticamente queremos que as verdadeiras demandas dos produtores sejam pauta do nosso trabalho. Queremos banir os projetos pessoais de nossa casa de produtores”, disse Iunes em entrevista ao Norte Agropecuário.
Sua pré-candidatura é construída com um forte apoio da base, os sindicatos rurais. Respeitado pelos produtores e com história no Sindicato dos Produtores Rurais de Araguaína (SRA), Nasser tem perfil conciliador, que privilegia o diálogo, união da classe e trânsito livre em entidades e meio político no Estado e fora dele.
Avesso a polêmica e embates, na entrevista ao Norte Agropecuário, ele destaca que a gestão da atual presidente da Faet, senadora Kátia Abreu, tem trabalho prestado. “Ela tem um trabalho prestado, em grande parte positivo. Mas não podemos permitir que haja sempre um projeto pessoal interferindo no andamento da FAET. Não é compatível ocupar a direção, quem quer que seja, alguém que tenha atuação política partidária. Isto dificulta a interlocução com governo, instituições e a própria classe política representativa”, afirmou.
Confira a entrevista na íntegra:
Norte Agropecuário - Como vem sendo construída a sua pré-candidatura à Faet?
Nasser Iunes - Inicialmente, com muita conversa com a classe produtora e sindicatos rurais. Não se pode iniciar uma construção de outro modo. Norte Agropecuário - O que pretende mudar na entidade caso venha a se tornar presidente? Nasser Iunes - Uma sintonia maior com a classe e mais proximidade com os sindicatos rurais. Estando mais próximo no dia a dia, participando, fortalecendo e atuando para enfrentarmos as mudanças necessárias. Que todas as autoridades legislativas e governamentais tenham livre acesso e possam contribuir, não sendo ali o espaço exclusivo de um grupo político.
Norte Agropecuário - Como avalia hoje o papel da Faet no Tocantins?
Nasser Iunes - Tem os instrumentos necessários implantados; o que possibilita um potencial de representatividade em bom nível. Mas ao mesmo tempo não atende os anseios da classe produtora por falta de proximidade e um projeto classista consistente.
Norte Agropecuário - Hoje a Faet tem à frente uma política, a senadora Kátia Abreu: qual a posição do senhor em relação ao fato da participação política na entidade?
Nasser Iunes - Em primeiro lugar, como é do meu feitio, não temos a intenção de desconstruir a imagem de ninguém. Ela tem um trabalho prestado, em grande parte positivo. Mas não podemos permitir que haja sempre um projeto pessoal interferindo no andamento da FAET. Não é compatível ocupar a direção, quem quer que seja, alguém que tenha atuação política partidária. Isto dificulta a interlocução com governo, instituições e a própria classe política representativa. É muito simples entender que isto gera divergências entre entes políticos e dirigentes. Políticos e instituições tem a obrigação em concorrerem para o bem comum e não disputarem espaços e estruturas institucionais. A classe produtiva precisa de todos que queiram contribuir para o desenvolvimento e o sucesso do agronegócio.
Norte Agropecuário - Qual a avaliação que o senhor faz do mandato da senadora Kátia Abreu na entidade?
Nasser Iunes - Poderia ter sido melhor se houvesse maior dedicação, em detrimento do seu projeto maior, o político.
Norte Agropecuário - Como a Faet pode se tornar protagonista no Estado e atender aos anseios da classe produtora?
Nasser Iunes - Proximidade, sintonia, vivencia e convivência. Que nossa dedicação a esta tarefa seja nosso maior projeto e que realmente façamos o que é necessário para representar a tempo e a hora nossos representados.
Norte Agropecuário - O que fazer, enquanto entidade como Faet, para auxiliar o produtor a melhorar as condições de atuação no campo?
Nasser Iunes - Em primeiro lugar ouvir bastante, e de perto. Nossos sindicatos rurais, e nossos produtores, com sua participação efetiva e constante nas tomadas de decisões. Otimização dos nossos recursos financeiros, estando inteirado do dia a dia das atividades agropecuárias e suas demandas, bem como, agilidade e pronta ação. As ações devem ser coordenadas e atuais refletindo nossos reais interesses e necessidades, sem capitalizar mídia pessoal e sim institucional.
Norte Agropecuário - Quais os argumentos que o senhor usará para que os filiados votem em sua chapa na eleição da entidade?
Nasser Iunes - Principalmente os já elencados, e complementando que devemos fortalecer nossa federação, a exemplo do que já fizeram a do comércio e da indústria, adequando para que a instituição perdure independente do dirigente. E que para que isto aconteça temos que fortalecer nossas bases que são os sindicatos rurais.
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