Em meio a um discurso em defesa do governo sobre a preservação ambiental e índices de queimadas e desmatamento no país, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou que na sua próxima viagem à Europa pretende difundir a tese, segundo a qual, há na fronteira agrícola do Matopiba (formada pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) espaço para abertura de novas áreas de plantio “absolutamente legal”. A missão internacional da gestora está prevista para o final do mês de setembro. Até então, estão confirmadas agendas oficiais na Alemanha e na Suíça.
"Temos que mostrar os pontos positivos que ficam camuflados com esse discurso sobre a Amazônia. A Amazônia tem que ser preservada? É e vai ser preservada. Temos problemas? Claro. Mas precisamos esclarecer o que é Amazônia Legal, o que é bioma amazônico, o que é bacia hidrográfica", afirmou a ministra, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta sexta-feira, dia 23.
Conforme o jornal, a titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou que “espera esclarecer que o produtor rural não é o responsável pelo aumento do desmatamento na Amazônia”. E mais: “E que vai tentar esclarecer que existe desmatamento previsto em lei e que na última fronteira agrícola no país, a região do "Matopiba" (confluência entre Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), por exemplo, há espaço para a abertura de novas áreas de plantio de maneira absolutamente legal”.
DEFESA DO GOVERNO
Na entrevista, ela saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro: "Tem um monte de confusão de dados [sobre desmatamento] que cada um usa como quer. Não foi o governo Bolsonaro, que tem apenas sete meses, que devastou a Amazônia e ou incentivou o desmatamento. Os índices estavam caindo e temos que apurar esses números". E complementou: "Se a realidade não é boa, temos que perseguir para ela ficar melhor. O que pode ser legalizado, vamos legalizar. O que não pode, vamos punir. Ninguém pode estar fora da lei".
Para Tereza Cristina, o setor de agronegócios no Brasil está dividido em relação à retórica ambiental do governo. Ela admite, porém, que é preciso discutir o tema dentro do governo e que vai conversar com o presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto. Mas a ministra nega que vá agir para convencer o presidente a mudar de discurso.
"O entendimento é que o governo está certo, mas que o tom da comunicação precisa estar mais afinado. Precisamos discutir mais porque isso pode afetar o agronegócio. Mas existe muito exagero", disse. "Presidente ninguém muda. Ele é político e sabe o quer fazer. Quem gosta, gosta, quem não gosta pode pedir para ir embora." (Com informações do Valor Econômico)
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