Criada em 11/02/2019 às 07h25 | Agronegócio

“Se não tivermos cuidado, pode desarrumar muito o setor”, reage ministra da Agricultura sobre corte no subsídio aos produtores

Tereza Cristina quer participação efetiva do Mapa nas discussões. “Vamos quebrar a Agricultura? É esse o propósito? Tenho certeza que não é”, disse. Ela lembrou que o Plano Safra atual, de R$ 191 bilhões para crédito, necessitou de mais recursos. “Não podemos baixar esse patamar”.

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Tereza Cristina: “Será que o presidente Bolsonaro quer que a agropecuária encolha no seu governo?” (foto: Marcelo Camargo\Agência Brasil\Arquivo)

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada nesta segunda-feira, dia 11, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, alertou para um risco para o setor agrícola brasileiro com proposta de corte de subvenção ao segmento. “O Ministério da Agricultura tem que dizer o que ele pensa e quais são as consequências para a equipe econômica. É sempre uma guerra. Vamos começar a discussão. Isso não está decidido”, declarou a ministra. O agronegócio responde por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. 

Ela prega discussão “mais profunda” para o tema. “Não estou dizendo que eu sou contra fazer, mas temos que ter um tempo. Vamos tirar quanto dos grandes produtores? Qual a fonte de financiamento nova dos grandes? Quanto de juros estará disponível? É mercado livre? É, tá bom, o que os bancos privados vão fazer? O Banco do Brasil tem hoje 46% do crédito rural”, complementou.

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Na ampla entrevista concedida a Adriana Fernandes e Julia Lindner, do jornal O Estado de S.Paulo, Tereza Cristina ressaltou que o orçamento “está apertado”, mas que há negociações. “Vamos quebrar a Agricultura? É esse o propósito? Tenho certeza que não é. Foi criado um grupo de trabalho entre o Banco Central, Economia e nós. Está apertado o Orçamento, então vamos trabalhar. Por exemplo, os pequenos têm hoje juros 2,5% até 4,5%. Estamos de acordo em subir um pouco. Há espaço de manobra. Teremos que ceder aqui e eles vão ter que ceder de lá.”

Ela lembrou que o plano safra atual tem R$ 191 bilhões para crédito. “Não podemos baixar esse patamar. Faltou. Tanto é que tivemos que arrumar mais R$ 6 bilhões, mas precisava mais R$ 15 bilhões”, disse. Ao citar os riscos de redução de crédito, por exemplo, citou que “não podemos criar um problema com a agricultura nesse momento”. “Se não tivermos cuidado, pode desarrumar muito o setor. Previsibilidade é a palavra que precisamos. É muito bonito falar que vai tirar tudo. A vida inteira essa época (de preparação do Plano Safra) é tensa. O que precisamos é afinar porque mudou o viés da política. Será que o presidente Bolsonaro quer que a agropecuária encolha no seu governo? Podemos fazer coisas novas, mas passo a passo. Não é de repente dizer que agora mudou a regra do jogo”, disse.

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