Dados do Ministério da Agricultura apontam que frigoríficos fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) abateram 1,019 milhão de cabeças de bovinos, redução de 47% na comparação com os 1,943 milhão de animais abatidos no mesmo intervalo do ano passado. A queda ocorre em meio à pandemia do novo coronavírus. As informações são do jornal Valor Econômico.
As unidades fiscalizadas pelos SIF são as maiores e as únicas que podem exportar e vender produtos entre os Estados do país. Há 224 abatedouros do gênero no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os frigoríficos com fiscalização federal respondem por mais de 70% dos abates de bovinos do país.
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Em março, a paralisação temporária de nove abatedouros com SIF — cinco da JBS, a partir do dia 19, e quatro da Minerva, a partir de 23 de março — ajudou a derrubar os abates. Mas outras empresas também reduziram o ritmo, de acordo com executivos do setor.
Além disso a queda nos abates de bovinos não ficou restrita ao mês de março e não pode ser exclusivamente debitada na conta da covid-19. No primeiro bimestre, quando a doença ainda não havia provocado grandes impactos no Brasil, o ritmo de abates já apresentava redução significativa.
Os abates em janeiro caíram 15,4% em janeiro, somando 1,814 milhões de cabeças. Em fevereiro, a redução foi de 9,6% ante igual período do ano passado, segundo dos dados do Ministério da Agricultura.
Com isso, os abates nas unidades com inspeção federal recuaram 23,9% no primeiro trimestre, somando 4,576 milhões de cabeças. No mesmo intervalo do ano passado, foram abatidas 6,015 milhões de cabeças de bovinos.
Segundo o dono de um frigorífico, as margens de lucro no mercado doméstico já estavam apertadas mesmo antes da piora da demanda que se seguiu à redução de circulação e paralisação do comercio nas principais cidades do país. No mercado externo, o início de ano também contou com uma demanda menor da China.
Do lado da oferta, as chuvas abundantes e o período de safra das pastagens ofereceram mais condições para o pecuarista segurar o gado no pasto. Também há um impacto do ciclo de médio prazo da pecuária, com maior retenção de vacas disponíveis para abate. (Com informações do Valor Econômico/Beefpoint)
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