DANIEL MACHADO
DE BRASÍLIA (TO)
A Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou, nesta segunda-feira, 18 de maio, o zoneamento agrícola para o cultivo do amendoim no Tocantins. O documento que detalha todas as normas técnicas e relaciona as cidades do Tocantins pode ser consultado neste link.
Embora a nota técnica destaque que “a cultura desenvolve-se melhor, com produtividade mais elevada, em climas quentes”, destacando temperaturas acima de 30ºC, comuns em várias partes do Tocantins, o amendoim deve praticamente desaparecer do Estado em 2020.
Isso porque o próprio Ministério da Agricultura publicou, na semana passada, a estimativa do VBP (Valor Bruto da Produção) de toda a atividade agropecuária do Estado e o amendoim do Tocantins deve fechar o ano de 2020 com apenas R$ 206 mil. A redução na comparação com 2019 é de 95%.
A nota técnica deixa claro que não são indicadas para o cultivo as áreas de preservação permanente, de acordo com a Lei 12.651, de 25 de maio de 2012 e as áreas com solos que apresentam profundidade inferior a 50 cm ou com solos muito pedregosos, isto é, solos nos quais calhaus e matacões ocupem mais de 15% da massa e/ou da superfície do terreno.
DIÁRIO OFICIAL
Foram publicadas no Diário Oficial da União desta segunda-feira (18) as portarias com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), ano-safra 2020/2021, para o cultivo de amendoim para todas as unidades da Federação e também para o plantio do consórcio milho com braquiária de 1º safra no Distrito Federal e em 14 estados (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Acre, Pará, Tocantins, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná).
O coordenador-geral de Risco Agropecuário do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Hugo Borges, explica que o cultivo de amendoim foi indicado para todos os estados e milho consorciado com braquiária de 1º safra teve como principal novidade a indicação na região do Matopiba.
“O cultivo do amendoinzeiro pode ser realizado em uma larga faixa de climas, desde as equatoriais até as temperados, sempre observando a janela ideal para o plantio conforme indicado no Zarc. O amendoim e o consórcio milho com braquiária são importantes cultivos para sistemas de produção sustentáveis. O amendoim vai muito bem em sucessão para reforma de canaviais e pastagens, já a braquiária plantada junto com o milho permite, além da produção do milho, recuperar pastagens degradadas, produzir mais alimento aos animais e a incorporação de matéria orgânica para plantios subsequentes na mesma área”, destaca.
VÍDEO
O Mapa acaba de lançar um vídeo para, de forma bem simples e objetiva, esclarecer como o trabalho de Zoneamento é feito e como ajuda os agricultores a mitigarem as consequências dos riscos climáticos.
PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL
O estado de São Paulo é o maior produtor de amendoim e grande parte do total produzido é oriundo de áreas de renovação de canavial.
Em relação ao milho com braquiária, a associação entre o sistema plantio direto e o consórcio entre culturas anuais e pastagens é uma das opções que apresenta maiores benefícios, como maior reciclagem de nutrientes, acúmulo de palha na superfície, melhoria da parte física do solo, pela ação conjunta dos sistemas radiculares e pela incorporação e acúmulo de matéria orgânica, além de ser mais sustentável em relação ao cultivo convencional.
APLICATIVO PLANTIO CERTO
Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc, ferramenta utilizada para orientar os programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas/SP), está disponível no sistema Android.
Os resultados também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”.
PARA QUE SERVE O ZARC?
O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas. (Com informações do Mapa)
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