Diante do novo cenário e os reflexos a todos os segmentos produtivos e sociais causados pela pandemia de coronavírus, o presidente do Sindicato Rural de Araguaína (SRA), Wagner Martins Borges, voltou a defender a necessidade de diálogo sobre uma questão do setor agropecuário, mas que pode refletir na sociedade em geral: aumento do ICSM dos frigoríficos do Tocantins.
A nova alíquota para as indústrias passará de 1% para 4% a partir desta sexta-feira, dia 20. Até o momento, apesar de apelos dos pecuaristas, o Palácio Araguaia não deu sinais de que vai rever a decisão. Com o reajuste, alguns frigoríficos planejavam demitir funcionários. Outro, o Masterboi, de Nova Olinda (município da região norte do Tocantins), chegou a anunciar o fechamento caso a medida entre em vigor. Levantamento apresentado durante o 1º Fórum do Agronegócio do Tocantins, dia 11 deste mês, em Araguaína, apontou que o preço da carne vai subir, transformando o produto tocantinense no mais caro do Brasil.
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Na sexta-feira, dia 13, o SRA enviou ofício à Assembleia Legislativa. No documento, além de audiência com deputados para conscientizar o governo a mudar de ideia, solicitou adiamento por 120 dias do início da medida. Nesta manhã, a Faet (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins) informou que protocolou na tarde de terça-feira, dia 17, no gabinete do governador Mauro Carlesse, ofício com pedido de audiência para discutir os temas “coronavírus” e “aumento de ICMS”. Até o momento, não há respostas, conforme as entidades.
DIÁLOGO NECESSÁRIO
Em entrevista ao Norte Agropecuário, Wagner Borges voltou a defender diálogo entre o governo estadual, produtores, representantes dos frigoríficos e setores varejistas, como supermercados e açougues. “A redução significativa dos impostos deve ser repassada ao consumidor. É momento de união, solidariedade e caridades com todos os irmãos, sejam produtores e população em geral para enfrentarmos essa grande crise de saúde pública e econômica”, afirmou Borges.
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O PREÇO DA ARROBA
Ainda ao Norte Agropecuário, o presidente do SRA afirmou que há necessidade ainda de equacionar a relação dos frigoríficos com os frigoríficos. “A indústria vem se aproveitando da situação lamentavelmente tentando reduzir R$ 30 a arroba ao produtor e o mesmo preço nas gôndolas dos supermercados. E a exportação está em alta, batendo recorde”, disse o ruralista. “Os mercados demandando e o dólar subindo... E, ao mesmo tempo, [a indústria] vem derrubando o preço da arroba ao produtor. Isso que a gente tem que equacionar”, complementou.
Segundo ele, na última sexta-feira, dia 13, a arroba do boi era vendida a R$ 195,00 (com 30 dias para descontar 1.5% de Funrural). Hoje, o valor está R$ 170,00 nas mesmas condições para o boi e R$ 160,00 para a vaca.
VOLUME DE COMPRAS IRRISÓRIO
A Scot Consultoria divulgou nessa quarta-feira que nos dois primeiros dias dessa semana a quantidade de negócios foi praticamente nula e parte das indústrias abriram as compras ofertando preços profundamente abaixo da referência.
“Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, no caso do boi gordo, houve negócios em R$180,00/@, à vista e livre de Funrural, desvalorização de 11% frente a referência de sexta-feira última, ou queda de R$20,00/@. Vale ressaltar que, nesse caso, o volume de compras foi extremamente baixo”, apontou.
Seguindo a análise da Scot, “esse cenário também foi observado em outras regiões pecuárias, tais como no Pará, Mato Grosso do Sul e Tocantins, por exemplo, porém, assim como em São Paulo, o volume de compras foi irrisório”.
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