Criada em 09/09/2020 às 09h33 | Pecuária

ABC Corte gera resultados positivos; margem bruta obtida pela análise receita/custos varia de R$ 1,2 mil a R$ 1,3 mil R$/ha

Em termos quantitativos, na primeira safra o projeto foi implantado em seis URTs nos municípios tocantinenses. Os números que mostram a viabilidade, tanto do ponto de vista técnico como financeiro, dessa fundamental atividade agropecuária para a região.

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Clenio Araujo
DE PALMAS (TO)

O ABC Corte, projeto de transferência de tecnologia em pecuária de corte que possui uma rede de profissionais no Tocantins e no Sul do Pará, divulgou recentemente publicação com resultados de suas duas primeiras safras de atuação: 2017/2018 e 2018/2019. São números que mostram a viabilidade, tanto do ponto de vista técnico como financeiro, dessa fundamental atividade agropecuária para a região. A publicação pode ser acessada clicando-se neste link.

“O projeto ABC Corte promove tecnologias associadas ao manejo do pastejo, à correção e adubação de pastagens, à suplementação animal e a técnicas de gestão rural. Consultores e extensionistas participam de encontros técnicos coordenados pela Embrapa, a fim de discutir técnicas modernas relacionadas à produção de carne a pasto. Cada técnico multiplicador se compromete a implantar as tecnologias em ao menos uma propriedade de seus clientes, a qual se torna uma Unidade de Referência Tecnológica (URT), contando com o acompanhamento técnico da Embrapa”, explicam os autores.

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Em termos quantitativos, na primeira safra o projeto foi implantado em seis URTs nos municípios tocantinenses de Figueirópolis (Sul do estado), Cristalândia (região Central) e Dueré (Centro-Sul). O acompanhamento das unidades foi feito em parceria com as empresas privadas Solo Consultoria e Boa Esperança Agronegócios. A área média dos módulos rotacionados intensivos foi de 20,17 hectares. Como resultados efetivos do uso de tecnologias, obtiveram-se as seguintes médias: lotação animal de 4,18 Unidades Animais (UAs) por hectare; ganho de peso diário de 0,76 kg por animal; produtividade de 21,98 arrobas por hectare por ano; e margem bruta, obtida pela receita menos os custos operacionais, de R$ 1.331,85 por hectare.

Já na safra seguinte, 2018/2019, o número de URTs foi dez, situadas em municípios de diversas regiões do Tocantins: Palmeirante, Pau d’Arco e Arapoema (Norte), Tabocão (Centro-Norte), Cariri do Tocantins (região Sul), Dueré (Centro-Sul) e Novo Jardim (Sudeste). Ou seja, de Norte a Sul do estado o projeto esteve presente no campo. As parcerias aconteceram com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), órgão público de assistência técnica e extensão rural, e com as empresas privadas Solo Consultoria, JL Consultoria e Lira Consultoria.

Os módulos rotacionados tiveram o tamanho médio de 52,06 hectares. As médias dos resultados alcançados foram: lotação de 3,94 UAs por hectare; ganho de peso diário de 0,81 kg por animal; produtividade de 29,14 arrobas por hectare por ano; e margem bruta de R$ 1.238,28 por hectare. Não é o caso de se comparar os números entre as duas safras, pois cada uma tem momentos distintos, influenciados por diversos fatores, entre eles preços pagos no mercado. O principal que se pode concluir, vendo esses números, é a viabilidade técnica e financeira da atividade no Tocantins.

“A viabilidade técnica em se produzir mais carne por meio da intensificação da produção das pastagens vem sendo demonstrada pela pesquisa agropecuária há alguns anos. No entanto, para estimular a adoção dessa tecnologia é fundamental que a sua viabilidade econômica também seja demonstrada. Os resultados obtidos nos últimos anos pelo projeto ABC Corte podem contribuir para o aumento da adoção desse sistema de produção no Tocantins”, concluem os autores, que são da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), Unidade da empresa que também desenvolve trabalhos com sistemas agrícolas; neste contexto é que se encaixa a pecuária de corte.

LIVES SOBRE O TEMA

O projeto ABC Corte, que é coordenado pelo zootecnista Pedro Alcântara, está programando uma série de quatro webinars nas próximas semanas. A primeira delas é na sexta-feira, 11 de setembro, das 18h30 às 20h no endereço da Embrapa no YouTube (www.youtube.com/Embrapa). Roni de Azevedo, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) vai falar sobre estratégias para manejo integrado de insetos-praga em pastagens. Quem modera a live é Marcelo Cunha, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura. As próximas lives acontecerão em 30 de setembro, 1º e 2 de outubro. (Da Embrapa Pesca e Aquicultura)

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