Criada em 28/07/2020 às 10h45 | Pesquisa

Estudo do Mapa aponta que, em uma década, produção de grãos na região do Matopiba chegará a 32,7 milhões de toneladas

No Tocantins, nesse período, a projeção indica que a produção passará de 5.477 milhões de toneladas para 7.174 milhões de toneladas, um aumento de 31,0%. Já em relação à área plantada, o aumento é de 30,7%. Sairá de 1.546 milhão de hectares para 2.021 milhões de hectares.

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O “Brasil - projeções do agronegócio - 2019/2020 a 2029/2030”, um estudo elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta que, em dez anos, a fronteira agrícola do Matopiba vai produzir cerca de 32,7 milhões de toneladas de grãos em 2029/30) numa área plantada de grãos de 8,8 milhões de hectares ao final do período das projeções. “A região denominada Matopiba, deverá apresentar aumento elevado da produção de grãos assim como sua área deve apresentar também aumento expressivo”, diz o estudo analisado pelo Norte Agropecuário

No Tocantins, nesse período, a projeção indica que a produção passará de 5.477 milhões de toneladas para 7.174 milhões de toneladas, um aumento de 31,0%. Já em relação à área plantada, o aumento é de 30,7%. Sairá de 1.546 milhão de hectares para 2.021 milhões de hectares.

Entre os estados do Norte, Tocantins e Rondônia deverão liderar a expansão da produção. No Pará, a produção de soja deve aumentar 56,4%, em Rondônia, 50,0% e no Tocantins, 42,5%. Contribuem para isso, a atração que a cultura apresenta e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos.

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MILHO E SOJA

Entre os grandes produtores, Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país. O acréscimo da produção de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da produção do milho de segunda safra. Mas a soja deve apresentar forte expansão em estados do Norte, especialmente, Tocantins, Rondônia e Pará. Nestes 3 estados deverá ocorrer forte crescimento da produção de soja durante o período das projeções. No Pará, a produção de soja deve aumentar 56,4%, em Rondônia, 50,0% e em Tocantins, 42,5%. Contribuem para isso, a atração que a cultura apresenta e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos.

GRANDE POTENCIAL

A região denominada Matopiba, que compreende o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, deverá apresentar aumento da área e da produção de grãos. “É uma região com grande potencial e que merece bastante atenção das políticas públicas para se desenvolver”, prevê José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Política da Informação do ministério e um dos coordenadores das projeções. As projeções indicam que essa região deve produzir 32,7 milhões de toneladas em uma área de quase 9 milhões de hectares ao final da década estudada.

De acordo com a pesquisa, o crescimento com base na produtividade deverá ocorrer em quase todas as regiões do país, especialmente nas regiões novas, como o Matopiba.

MAPA 160 ANOS

Em 28 de julho de 1860, o Imperador D. Pedro II assinou o decreto Nº 1.067, criando a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, hoje denominado Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que completa nesta terça-feira (28) 160 anos.

Ao longo do Império, a Secretaria procurou regular as questões relativas à agricultura através de diversas medidas de fomento e modernização da produção. A lavoura no período monárquico dividiu-se em duas produções: açucareira no Nordeste e a cafeeira no Centro-Sul. Além disso, havia áreas menores dedicadas ao cultivo de outros produtos, como o algodão no Nordeste, que constituía a base da economia maranhense, o fumo na região de Cachoeira e Santo Amaro na Bahia e em alguns municípios de Alagoas e Sergipe e também a cultura do cacau no sul da Bahia e em algumas áreas do Pará.

Hoje, a agricultura se expandiu, se modernizou e o Brasil se tornou uma potência agroambiental. O agronegócio é responsável por 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e 20% dos empregos no país. O Brasil exporta para mais de 200 países e 1,5 bilhão de pessoas têm algum alimento no seu prato que vem da nossa agropecuária.

O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas e o principal produtor e exportador de produtos importantes como, açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos e carnes. Tudo isso aliado a práticas de sustentabilidade e preservação ambiental, seguindo a exigência mundial para que a demanda por alimentos seja atendida com impacto ambiental mínimo e baixo custo.

Neste dia em que o Mapa completa 160 anos, queremos celebrar não apenas o passado e o presente, mas também projetar o futuro. Na próxima década, a produção de grãos do Brasil deverá aumentar 27%; a de carne bovina, 16%; a de carne suína, 27%, e a de carne de frango crescerá 28%. Os dados constam das Projeções do Agronegócio, Brasil 2019/20 a 2029/30, atualizado anualmente com base nas informações que abrangem o período de 1994 até maio deste ano. O estudo é realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelo Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB).

O relatório aponta que a agropecuária brasileira tem um cenário promissor para os próximos dez anos, apesar da ocorrência da pandemia do Covid-19, que afetou a trajetória da economia nacional ao longo deste ano e atingiu algumas atividades agropecuárias, como as das hortaliças, frutas e leite. “A pandemia, entretanto, não afetou a safra de grãos e a produção e distribuição de carnes bovina, suína e de aves”, ressalta José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Política da Informação do ministério e um dos coordenadores das projeções.

Na projeção para a próxima década, o Brasil vai saltar dos atuais 250,9 milhões de toneladas em 2019/20 (de acordo com levantamento da Conab de maio/2020) para 318,3 milhões de toneladas, incremento de 27% à produção nacional. Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar puxando o crescimento da produção de grãos.

A área plantada de grãos deve expandir de 65,5 milhões de hectares para 76,4 milhões de hectares em 2029/30, alta de 16,7%. Levando-se em consideração a área total plantada com as lavouras, incluindo grãos, cana de açúcar, cacau, café, laranja, frutas e mandioca, o país deve passar de 77,7 milhões de hectares (2019/20) para 88,2 milhões (2029/30), alta de 13,5%. A necessidade adicional de áreas pode ser atendida através da substituição de culturas, redução de pastagens e sistema de plantio direto.

Algumas lavouras, como mandioca, café, arroz, laranja e feijão devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade. As projeções também indicam tendência de redução de área de pastagem nos próximos anos.

O estudo aponta que o desenvolvimento da produção agrícola no Brasil deve continuar ocorrendo com base na produtividade. É projetado um crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF) de 2,93% ao ano, até 2030. Este valor é resultado da análise das tendências na redução de mão de obra ocupada, redução da área plantada devido aos ganhos de produtividade da terra e aumento do uso de capital.

"A área plantada de grãos vai aumentar 16,7% e a produção deve aumentar 27%. Isso significa que o crescimento vai se dar pelos ganhos de produtividade. Mesmo nas áreas de fronteira, a produtividade vai puxar o crescimento, não a área. Mesmo quando usamos um indicador mais completo para a produtividade, a taxa prevista é elevada", comenta Gasques.

A expansão da agropecuária exigirá investimentos em infraestrutura, pesquisa e financiamento, assinala o estudo. De acordo com Gasques, a pesquisa tem por objetivo indicar direções de crescimento da agropecuária e fornecer informações aos formuladores de políticas públicas para as tendências dos produtos do agronegócio.

CARNES

A produção brasileira de carnes (bovina, suína e aves), entre 2019/20 e 2029/30, deverá aumentar em 6,7 milhões de toneladas. O volume total das carnes passará dos atuais 28,2 milhões de toneladas para quase 34,9 milhões de toneladas, o que significa um acréscimo de 23,8% na produção de proteína no Brasil, com destaques para as carnes suína e de frango.

A tendência da pesquisa aponta um salto de 14,1 milhões de toneladas para 18,1 milhões de toneladas de frango para a próxima década. Já a carne suína, de 4,1 milhões de toneladas para 5,2 milhões de toneladas, em 10 anos. A previsão da carne bovina é de sair de 9,8 milhões de toneladas para 11,4 milhões de toneladas.

PROJEÇÕES REGIONAIS

O trabalho apresenta também projeções regionais para o setor rural. Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país.

De acordo com o coordenador da pesquisa, o estudo indica que os maiores aumentos de produção e de área da cana-de-açúcar devem ocorrer nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais. “Mas São Paulo, como maior produtor nacional, também, projeta expansão elevada de produção e de área desse produto”, afirma Gasques.

TENDÊNCIAS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL

No contexto internacional, o Brasil deve continuar sendo, junto com os Estados Unidos, um dos maiores produtores e exportadores de alimentos. Considerado grande supridor de alimento com qualidade e com sustentabilidade para o mundo.

Nas carnes, haverá forte pressão do mercado internacional, especialmente de carne bovina e suína, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional do frango.

O Brasil deverá participar com quase 52% das exportações mundiais de soja, 35,3% da carne de frango, 23,2% das exportações de milho, 22,7% do algodão e 9,7% das exportações de carne suína.

Entre os produtos com destaque no aumento das exportações na próxima década estão o açúcar, que passará de 15,98 milhões de toneladas em 2019/20 para 25,23 milhões de toneladas em 2029/30 (alta de 57,9%) e o algodão, com aumento de 41,6%. A exportação de milho deve passar de 34,5 milhões de toneladas para 44,5 milhões no período, alta de 29,1%.

A carne de frango deverá ter um incremento de 34,3% nas exportações e a carne suína 36,8%. As frutas também têm destaque, com aumento nas exportações de manga (57,6%), melão (47,6%) e maçã (43,4%).

AGRICULTURA FAMILIAR NAS PROJEÇÕES

Atividades como floricultura e horticultura têm grande destaque na agricultura familiar. Também na produção de carnes, especialmente, suína e de frango, são marcantes nesse segmento agrícola. Outras atividades como o café, leite e frutas, também são atividades de predominância familiar, além de lavouras como o fumo e a mandioca.

Algumas projeções da agricultura familiar na produção do próximo decênio podem chegar a 11,4 milhões de toneladas de mandioca, 24,5 milhões de toneladas de café, 745,2 milhões de toneladas de fumo, 2,69 milhões de toneladas de carne suína, 8,36 milhões de carne de frango, e 20,3 bilhões de litros de leite.

Soja, feijão e milho são as atividades onde a agricultura familiar tem menor participação. Isso pode ocorrer devido à produção em larga escala e ao uso de tecnologia. (Com informações do Mapa)

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