Criada em 08/02/2021 às 09h19 | Política brasileira

Produtores levarão pauta de reivindicações ao governo em evento que marca abertura oficial da colheita de grãos no Tocantins

Classe ruralista voltará a apresentar demandas ao governador Mauro Carlesse; Executivo espera que novos gestores da Seagro, Adapec e Meio Ambiente estabeleça melhor relação com o setor produtivo. Já representantes de entidades estão abertos ao diálogo, mas querem resultados práticos.

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Uma pauta de reivindicações com itens que já há algum tempo são temas de reuniões e encontros entre entidades representantes do campo e governo estadual novamente estarão à mesa nesta segunda-feira, dia 8. Nesta tarde, o governador do Tocantins, Mauro Carlesse, abre oficialmente a colheita da safra 2020/2021 que, na prática, já começou. O lançamento da colheita será na sede da fazenda Nossa Senhora do Carmo, no município de Porto Nacional. O ato simbólico está marcado para as 14h30.

Para o governo, é a oportunidade de celebrar um novo momento na gestão de políticas públicas para a agricultura e pecuária, após mudanças em três dos principais cargos do governo no setor: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), que tem agora à frente o produtor rural, ex-prefeito de Lagoa da Confusão, que já ocupou cargo de deputado estadual e foi titular da Seagro entre 2011 e 2041, Jaime Café; a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Paulo Lima, produtor rural e ex-diretor da Faet (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins); e Miyuki Yashida, recém-nomeada secretária do Meio Ambiente. Ex-prefeita de Brejinho de Nazaré, já foi subsecretária da Agricultura entre 2011 e 2013, com o próprio Café. Respeitada produtora de peixes no Estado, atuará neste setor que é carente de evolução.

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O Palácio Araguaia espera que, com os dois gestores que tomaram posse há menos de um mês, a interlocução com a classe produtiva melhore. Ambos têm ligações e gozam de prestígio com os principais representantes do meio rural. Porém, vão precisar resolver algumas demandas e destravar questões e imbróglios que prejudicam a relação do Executivo estadual com o segmento econômico que carrega o território tocantinense nas costas.

Já homens e mulheres do campo que investiram, acreditaram e seguem acreditando no Tocantins, é hora de ações e chega de discursos. Nesta tarde, por exemplo, produtores de grãos vão levar uma pauta de reivindicações a Mauro Carlesse. Querem, entre outras coisas, melhorias em itens como ICMS (Imposto Sobre Mercadoria e Serviços) do sorgo, milho e girassol para vendas interestaduais.

E o principal: que tenham autorização para o plantio de sementes. Os sojicultores querem revisão de normas de exclusividade de plantio de sementes. Querem plantar sementes em fevereiro, colher dentro do vazio sanitário (não abrem mão de respeitar o período) e poder colher em abril ou maio. O Norte Agropecuário divulgou recentemente a atuação da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja-TO) pela regulamentação que permita aos produtores da região e aos que querem ir para a região sul utilizarem a sua própria semente de soja no cultivo. Hoje, há uma empresa privada que tem a exclusividade. Este assunto foi discutido nesta semana em Brasília entre Café e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, mas o aval é da Adapec.

Outro problema que deve ter a atenção do governo é a situação dos frigoríficos. Apesar de não estar em discussão no evento de hoje, voltado aos plantadores de grãos, frigoríficos querem discutir a cobrança do ICMS no Estado. Aumento anunciado no ano passado tem prejudicado o setor, que já sofre com falta de políticas públicas para a pecuária.

A expectativa é que, com Jaime Café, Paulo Lima e Miyuki Yashida os produtores tenham ainda maior acesso ao governo, mas que não fiquem apenas na promessa e sejam resolvidos, com base em estudos técnicos, com planejamento, sustentabilidade, dentro da lei, obedecendo ao mercado, aos órgãos de controle e em comum acordo com os membros de cada um dos setores interessados e impactados.

SAFRA DE GRÃOS NO TOCANTINS

De acordo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a área plantada de grãos no Tocantins deve ser de 1.609 mil hectares, o que significa um aumento de 3,1% se comparado à safra passada (2019/20). A produção estimada é de 5.781,8 mil toneladas, superando também a safra anterior.

A importância do agronegócio no contexto econômico do Tocantins cresce a cada ano. "Nessa pandemia, o campo não parou. Com as milhares de toneladas de grãos colhidas no Tocantins, produtos e alimentos vão chegar ao mercado nacional e internacional", afirmou o governador Mauro Carlesse elogiando o setor do agronegócio como motor da economia.
O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), Jaime Café, mostra-se otimista quanto à colheita no Tocantins. “As lavouras apresentam bom estado de desenvolvimento, com 100% da área semeada. A expectativa geral é de crescimento da área plantada em razão dos altos investimentos dos agricultores em insumos, sementes e ainda a abertura/expansão de novas áreas”, detalhou. Devido a pandemia, a abertura da colheita será restrita aos representantes de entidades de classes de produtores e do setor agronegócio e imprensa.

PRODUÇÃO GERAL

A previsão inicial é de aumento na área plantada da cultura do arroz em comparação ao exercício anterior, especialmente em razão da maior valorização do grão no mercado interno/externo. Com as últimas chuvas ocorridas no Estado, onde no mês de dezembro houve maiores volumes de precipitação em comparação ao mesmo período em 2019, o plantio do arroz de sequeiro já teve início, mesmo que de forma incipiente, e a previsão é que a semeadura se intensifique a partir de janeiro. A cultura do arroz irrigado se encontra na fase de finalização de plantio, com aproximadamente 94% da área já semeada.

Em algumas regiões, os agricultores optaram pela substituição da cultura do milho 1ª safra pela soja de sequeiro devido à atratividade dos preços. “O clima no início do período chuvoso (outubro e novembro) não foi muito favorável à semeadura da soja, pois registramos uma má distribuição das chuvas, onde fechamos o ano apresentando áreas com déficit e excesso hídrico ao mesmo tempo, motivo pelo qual em muitas regiões identificaram-se áreas com replantios”, destacou o diretor de Agricultura, Agronegócio e Pecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), José Américo. (Com informações da Seagro)

 


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