Atuando há quase duas décadas na determinação do prazo de validade de produtos alimentícios, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, registrou um crescimento expressivo de solicitações de estudos de vida de prateleira nos últimos três anos e, para melhor atender essa demanda, acaba de inaugurar uma sala com três câmaras climáticas, sendo que uma quarta está a caminho.
De acordo com a pesquisadora Silvia Moura, responsável por projetos e assistência tecnológica na área situada no Centro de Tecnologia de Frutas e Hortaliças (Fruthotec), a alta procura é consequência da publicação do Guia para Determinação de Prazos de Validade de Alimentos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em cumprimento ao tema no 4.8 da Agenda Regulatória 2017-2020 referente à rotulagem de alimentos.
“Os mercados têm buscado cada vez mais a segurança dos alimentos quanto à inocuidade. Nesse cenário, valorizam-se os conceitos de garantia da qualidade, rastreabilidade e informação ao consumidor. Portanto, equívocos na definição da validade e na oferta de produtos com qualidade duvidosa podem comprometer a imagem das empresas junto à sociedade, contribuindo negativamente nas trajetórias empresariais em mercados exigentes e competitivos”, ressalta Silvia.
A reforma da sala com instalação dos equipamentos é mais uma entrega dentro do Programa de Metas do Governo de SP que foi viabilizada pelo investimento de R$ 37,2 mil do governo estadual e R$ 89,5 mil do Plano de Desenvolvimento Institucional em Pesquisa (PDIP) do Ital, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp). Também fruto de investimento da Fapesp, a quarta câmara climática a ser instalada por R$ 54,5 mil será adquirida através da Plataforma Biotecnológica de Ingredientes Saudáveis (PBIS), Núcleo de Pesquisa Orientada a Problemas (NPOP) liderado pelo Ital.
“Essas câmaras são fundamentais para o controle de temperatura, umidade e luz e, portanto, para os estudos de vida de prateleira, que exige o armazenamento dos produtos em condições controladas e a retirada de amostras em períodos pré-definidos para análises”, detalha a pesquisadora. “Segundo o IFST (Institute of Food Science and Technology), o prazo de validade é definido como o tempo durante o qual o produto alimentício permanece seguro; se tem a certeza que mantém as características sensoriais, químicas, físicas e microbiológicas desejadas; e cumpre com qualquer declaração constante no rótulo quanto aos seus dados nutricionais quando armazenado nas condições recomendadas”, completa.
Silvia afirma que não só houve maior volume de solicitações de estudos de vida de prateleira por parte de grandes empresas, como também tem crescido consideravelmente as solicitações de pequenas empresas. “Da mesma forma que o comportamento do produto sob armazenamento deve ser compreendido, é igualmente importante para o fabricante ter um conhecimento profundo do mecanismo dos processos de deterioração, que podem ser complexos em muitos alimentos, especialmente aqueles com estruturas compostas”, complementa a pesquisadora, que anualmente capacita cerca de 40 profissionais de indústria e órgãos governamentais, produtores rurais e estudantes de graduação e pós-graduação do Brasil todo através do Curso Vida de Prateleira de Alimentos, que neste ano está marcado para 21 e 22 de setembro – acompanhe o calendário de eventos do Ital.
Sobre o Ital
Localizado em Campinas/SP, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) realiza pesquisa, desenvolvimento, assistência tecnológica e difusão do conhecimento nas áreas de embalagem e de processamento, conservação e segurança de alimentos e bebidas.
Fundado em 1963, vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, o Ital possui unidades técnicas especializadas em carnes, produtos de panificação, cereais, chocolates, balas, confeitos, laticínios, frutas, hortaliças e embalagens, sendo certificado na ISO 9001 com parte dos ensaios acreditados na ISO/IEC 17025.
Por meio do Centro de Inovação em Proteína Vegetal, do Núcleo de Inovação Tecnológica e da Plataforma de Inovação Tecnológica, o Ital estimula alianças estratégicas para inovação e projetos de cooperação. Possui ainda Programa de Pós-Graduação aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Outras informações estão disponíveis no site. (Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo)
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