Criada em 06/08/2019 às 15h55 | Agronegócio

Desburocratização dos órgãos de controle acelera registro de defensivos, diz ministra ao rebater críticas ao agro no país

Sobre a aprovação célere de defensivos, a ministra Tereza Cristina apontou a desburocratização dos órgãos de controle como fundamental no processo de registros. Tereza reiterou que o agronegócio brasileiro é pautado na sustentabilidade e criticou notícias que disseminam o contrário.

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Tereza Cristina participa do Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo. (Foto Guilherme Martimon /Mapa)

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, rebateu o que chamou de bombardeio de notícias negativas quanto à produção de alimentos no país. A ministra destacou o uso sustentável dos recursos naturais e que todas as medidas adotadas pelo Ministério têm o objetivo de melhorar o país. “É inadmissível que o agronegócio brasileiro tenha tido nessa última semana um bombardeio pela mídia nacional, colocando o alimento produzido no Brasil como inseguro, o que não é verdade. Quero dizer a vocês que eu tenho convicção de que nós estamos fazendo o melhor para o nosso país”, destacou.

Em relação ao registro de defensivos agrícolas, Tereza Cristina afirmou que o fato de “a fila de registros (de defensivos) andar mais rápido traz tecnologia e segurança. E não o atraso, como querem colocar a pecha no agronegócio brasileiro. Nossos concorrentes devem estar adorando a situação", declarou.

O aumento da velocidade dos registros se deve a ganhos de eficiência possibilitados por medidas desburocratizantes implementadas no Mapa, Anvisa e Ibama nos últimos anos. O objetivo de fazer a fila andar é justamente aprovar novas moléculas, menos tóxicas e que causem menos impacto ao meio ambiente, e oferecer alternativas melhores aos produtos mais antigos.

As críticas aos órgãos de imprensa nacional foram feitas nesta segunda-feira, 05, durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio e B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, com o tema “Agro: Momento Decisivo”.

Em entrevista aos jornalistas após a abertura do congresso, a ministra destacou que o processo de autorização de novos produtos no mercado é feito com base em normas rígidas e por técnicos competentes. "Não mudou nada, só o que mudou foi a celeridade. Foi colocada mais gente no Ministério da Agricultura, pesquisadores da Embrapa, que vieram ajudar nessa fila. Foi colocada mais gente no Ministério do Meio Ambiente, onde também a fila anda, e na Anvisa, que resolveu pegar esse assunto. O Brasil está muito atrasado em relação a outros países".

Tereza Cristina acrescentou que todos os produtos usados no Brasil também são aplicados por outros países. "Não é liberar mais produtos, mais registros que o agricultor vai usar mais pois estão baratos. Não é assim". E ressaltou que os alimentos brasileiros são exportados para mais de 160 países, o que prova serem seguros. Ela acrescentou que o Brasil é o único com duas safras por ano, o que exige o maior uso de insumos.

Demanda por alimentos

O desafio de aumentar a produção de alimentos para atender a demanda crescente de alimentos no mundo foi abordado por Tereza Cristina em seu discurso. “Em dez anos, a demanda aumentará 35%. A população mundial prevista para 2030 é de 8,5 bilhões de pessoas”.  Ao mesmo tempo, observou “é previsto aumento da urbanização, da longevidade e melhoria de renda. A agricultura deve responder a novos desafios”.

Destacou a necessidade de o país se preparar para antecipar e modelar futuros possíveis para o agro brasileiro e mundial. Tratou sobre o acordo Mercosul – União Europeia, que segundo a ministra, “abre um vasto conjunto de oportunidades para as cadeias produtivas”. "Não podemos perder a oportunidade de não perder esta oportunidade", disse.

A ministra ressaltou que “o novo acordo Mercosul – União Europeia abre um vasto conjunto de oportunidades para várias cadeias produtivas do agro brasileiro. Não podemos perder a oportunidade de não perder esta oportunidade!”

Segundo a ministra, Estados Unidos e China seguirão como protagonistas e forças globais predominantes em 2030, a economia japonesa enfrentará grandes desafios, sobretudo devido a fortes pressões demográficas. E que, a Índia, em função de questões geopolíticas e domésticas, terá dificuldades de se colocar como potência mundial. “Enquanto isso, o Brasil ampliará sua capacidade de produzir com competitividade e, sobretudo, com sustentabilidade”.

A ministra tratou de sustentabilidade e disse que "ninguém é mais sustentável que o Brasil" e que o Mapa "trabalha para que o tema ambiental abra e não reduza mercados ao Brasil".

“Cultivamos apenas 7,8% do território, conforme estudo da Embrapa, confirmado pela Nasa. Cerca de 30% do território nacional são unidades de conservação e terras indígenas. O último relatório da ONU sobre áreas protegidas do mundo afirma: o Brasil é que tem a maior área protegida do planeta. Essas realidades fazem parte de nossa sustentabilidade, precisam ser conhecidas e reconhecidas aqui e no exterior”, afirmou. A expansão de área de produção, daqui para a frente, explicou a ministra, se dará pelo avanço das lavouras de grãos sobre pastagens degradadas.

Uso de tecnologia

Tereza Cristina disse que a competitividade dependerá de técnicas de edição genômica (New Breeding Technologies – NBT), da bioeconomia (uso intensivo de bioinsumos, química verde, fármacos e compostos bioativos, derivação da biomassa), do uso sustentável dos recursos naturais, da redução do desperdício de alimentos, da gestão de risco climático e da capacidade de agregar valor à produção.

Ela afirmou ainda que o avanço da agricultura digital, com o uso de sensores, drones, internet das coisas, inteligência artificial, análise de dados e o estudo e conhecimento aprofundado dos microbiomas, agricultura de precisão e a convergência tecnológica (bio, nano e geotecnologias).

“O aumento do número e o crescimento em participação no setor agrícola das chamadas agritechs (startups ligadas ao agro) está ampliando a competitividade, a sustentabilidade e a produtividade no campo”. E adiantou que a transformação digital movimentará US$ 90 bilhões em 2030, seguindo uma tendência de crescimento de 16% ao ano.

“Com tecnologias de ponta e tendo a sustentabilidade como pano de fundo, acredito que o Brasil será o maior, o mais competitivo e o mais sustentável produtor de alimentos do mundo em 2030”, disse.

O secretário-executivo Marcos Montes e o secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio Marques, acompanharam a ministra no evento. (Com informações do Mapa)

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