Criada em 24/09/2018 às 12h01 | Agronegócio

“Matopiba gera riqueza; agora é preciso ter desenvolvimento”, afirma pesquisador que prega produção em áreas já abertas

Desmatamento é um dos maiores agentes de alteração do clima, com aumento da temperatura e redução das chuvas. O Matopiba está 1,5 grau Celsius mais quente do que há 50 anos. E de 1997 a 2010, as chuvas tiveram uma redução de 5%, o que prejudica a soja.

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A soja brasileira é menos produtiva que a de outros produtores mundiais (foto: Embrapa/Divulgação)

Autor de estudos sobre as consequências da expansão agrícola no Matopebe, o pesquisador Arthur Bragança, da Climate Policy Initiative Brasil, afirma que é um espaço para a construção de um duplo sem desmatar mais. “É mais do que na hora do Brasil olhar para o Matopiba. Ali se gera riqueza. Á Agora é Preciso Ter Desenvolvimento ”, Disse, em entrevista Ao jornal O Globo , em reportagem especial Sobre a Produção na Fronteira Agrícola que Reúne OS Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. 

“O Cerrado é o berço das águas, importante para todo o Brasil. Queremos uma outra proposta, de aumentar a produtividade sem os recursos e ir adiante. A meta é feita de produtor, afirma o jornal.

Recentemente, o Norte Agropecuário noticiou um estudo que apontou a redução do avanço da soja sobre áreas nativas do cerrado. Como uma análise, os Estados Unidos formam o Matopiba como uma tendência.

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A reportagem ouviu também o produtor catarinense Eduardo Archer, que fabrica soja e cria gado. Este é um tema da sua réplica em aves silvestre da fazenda que leva o nome da família em Silvanópolis (TO). A Fazenda Archer, de 4.600 hectares, está em fase de seleção de um projeto de produção sustentável, pois quase a metade da área (45%) está conservada, mais 20% de reserva legal e acréscimo de áreas de interesse permanente ( APPs).

Os Archer começaram a comprar as terras há 30 anos e estão entre os primeiros produtores de soja a chegar, em sua maioria originários do Sul. Archer olha o mapa produzido pela equipe do projeto e a primeira coisa que procura são as nascentes. Tem faltado água para o gado. A produção de soja caiu. A fazenda agora recupera áreas de pastagem. Ele diz saber que o Cerrado é vital para o negócio, ajuda a superar irregularidades do clima.

A REPORTAGEM

A riqueza do Matopiba está na vastidão de terra plana, ideal para o maquinário da soja. E, no caso do Tocantins, na disponibilidade relativa de água. O solo é pobre e com tendência à desertificação, o que torna a agricultura local 100% dependente de tecnologia. Para José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, pesquisador do Ipea que estuda a economia do Matopiba, isso ajuda a alcançar sustentabilidade econômica e ambiental.

Já existe muita inovação, destaca Deivison Santos, especialista em recursos hídricos da Embrapa em Palmas (Tocantins). Ele cita, por exemplo, estudos sobre como aumentar a produção de soja sem irrigação de forma sustentável. O que falta é difusão.

A soja brasileira é menos produtiva que a de outros produtores mundiais. Este ano, segundo a Conab, a produtividade média da soja no Brasil foi recorde, 3,39 toneladas por hectare. Porém, no Oeste da Bahia é de 2,1 t/ha. Na Argentina, é de cerca de 5 t/ha e nos EUA, de 6,5 t/ha. Para Bernardo Strassburg, diretor do Instituto Internacional para a Sustentabilidade, o desafio é mudar a cultura do agronegócio brasileiro de aumentar produção por expansão de território: “É preciso haver estímulo e controle porque no Brasil, quase sempre, o agronegócio explora uma área, a esgota e vai embora”, disse.

O CLIMA

O climatologista Carlos Nobre lembra que o desmatamento é um dos maiores agentes de alteração do clima, com aumento da temperatura e redução das chuvas. Segundo ele, o Matopiba está 1,5 grau Celsius mais quente do que há 50 anos. E de 1997 a 2010, as chuvas tiveram uma redução de 5%, o que prejudica a soja. A reserva legal dá uma contribuição prática, pois reduz a temperatura local em até meio grau Celsius, o que é muito e favorece a manutenção da umidade no solo. Mas o discurso lógico, baseado em ciência, não funciona, ele diz: “No Brasil, a agropecuária cresceu sobre o domínio da terra. É um modelo arcaico, lógica do século XVI. O negócio é a terra e não o que se produz nela. A soja brasileira ganha volume em área, mas não em produtividade. Por isso, respeitar reserva legal e áreas de proteção permanentes (nascentes e margens de rios) não tem sido a regra”, comentou.

Para Santos, o Matopiba é mais que uma terra de oportunidade. É de aprendizado: “A fronteira é o lugar de aprender com os erros do passado. Temos tecnologia. É questão de vontade política ”. ( Com informações do jornal O Globo)

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