Criada em 03/11/2021 às 08h29 | Artigo

Artigo da Scot Consultoria explica a expansão agrícola no Matopiba

A região tem passado por uma expansão agrícola considerável desde a segunda metade dos anos 1980. Porém, a fronteira agrícola foi oficializada em 2015, através do Plano de Desenvolvimento Agropecuário (PDA) do MATOPIBA, englobando 337 municípios.

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O Matopiba tem passado por uma expansão agrícola considerável desde a segunda metade dos anos 1980. (Foto: Divulgação)

Artigo originalmente publicado no Broadcast Agro, da Agência Estado, em 25/10/21

Introdução


MATOPIBA é a região formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, cujo nome deriva do acrônimo formado pelas siglas desses estados.

A região tem passado por uma expansão agrícola considerável desde a segunda metade dos anos 1980. Porém, a fronteira agrícola foi oficializada em 2015, através do Plano de Desenvolvimento Agropecuário (PDA) do MATOPIBA, englobando 337 municípios, 31 microrregiões e cerca de 73 milhões de hectares.

O bioma cerrado predomina, ocupando cerca de 66,5 milhões de hectares (91%). Os remanescentes do bioma amazônico preenchem em torno de 5,3 milhões de hectares (7,3%) e a Caatinga compreende cerca de 1,2 milhões de hectares (1,7%) (EMBRAPA, sd.).

Fatores que atraem investidores para a região são os preços mais baixos de terras em relação a regiões consolidadas do Centro-Sul, assim como a topografia plana, a boa luminosidade e a chegada de tecnologias que viabilizaram o plantio de grãos.

Expansão agrícola

No período entre a safra 2000/2001 e a safra 2020/2021, houve um aumento de aproximadamente 4 milhões de hectares na área semeada com grãos¹ na região, o que corresponde a 11,9% do crescimento da área cultivada no país.

Na figura 1, é possível observar a evolução na área plantada por estado. Destaque para Tocantins e Piauí, onde, na safra 2000/2001, a área cultivada era de 267,9 mil hectares e 715,4 mil hectares, respectivamente. Na safra 2021/2021, estima-se que a área cultivada chegará a aproximadamente 1,7 milhões de hectares em ambos os estados.

O aumento da área cultivada e a melhoria na produtividade resultaram em um crescimento expressivo na produção. No período analisado, houve um acréscimo de aproximadamente 22,6 milhões de toneladas na produção de grãos na região (+500,4%).

Neste ano (2021), o mercado de terras está aquecido e apesar da característica de pouca liquidez, o cenário é de alta nos preços.

O quadro positivo no mercado de commodities agrícolas colabora com esse quadro, principalmente pela expansão das áreas com agricultura.

Além disso, a instabilidade política e econômica fez com que aumentasse a procura por ativos reais, entre eles, terras.

Com a cotação do dólar entre R$5,00 e R$6,00, e com o bom desempenho produtivo do país, tem aumentado a atratividade do mercado de terras, inclusive em relação ao capital estrangeiro.

A coleção de preços de terras da Scot Consultoria para os estados analisados teve início em 2013. De lá para cá, a variação dos preços manteve-se positiva. Considerando a variação média entre os estados, os preços do hectare com aptidão agrícola estão 70% mais altos em 2021, frente a 2013.

Algumas regiões se destacam no mercado de terras desses estados, devido principalmente ao maior potencial produtivo e às questões de infraestrutura. No Maranhão, destaca-se a região Sul (Balsas), onde o preço do hectare pode ultrapassar R$30 mil. A região de Porto Nacional-TO apresenta uma boa estrutura logística e de armazenamento, além de um bom potencial produtivo, e os valores do hectare podem superar R$22 mil.

No Piauí, as terras com aptidão agrícola, principalmente na região Sul (Bom Jesus), estão variando entre R$7 mil e R$20 mil por hectare.

A Bahia possui a quinta maior área irrigada do país, com cerca de 495 mil hectares. Destaque para a região Oeste, com 38% da área irrigada do estado, onde o sistema predominante é o pivô central, para cultivo de culturas anuais como soja, milho e algodão. Nessa região, o valor do hectare pode superar R$35 mil.

Considerações finais

Os preços mais baixos das terras na fronteira agrícola, somados ao bom potencial produtivo da região, são atraentes para investidores. Programas de difusão de tecnologia e extensão foram essenciais para o desenvolvimento do Cerrado, assim como o fomento governamental, através de linhas de crédito com juros acessíveis.

O bom momento no mercado de commodities agrícolas tem impulsionado ainda mais a expansão das áreas com agricultura, fator diretamente relacionado ao uso intensivo de insumos e mão de obra, fato associado ao desenvolvimento econômico das regiões e a valorização dos ativos reais. (Da Scot Consultoria)

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