A safra de soja no Brasil chegou em grande volume e não há até agora sinais de retração na demanda em virtude dos problemas com a pandemia do coronavírus. Já o mercado do boi, com a oferta limitada para abate e a demanda mais aquecida provocam aumento dos preços em várias regiões do país.
Essas são algumas das constatações da análise do relatório feito pela Cogo - Inteligência em Agronegócio, que aponta os impactos da pandemia do novo coronavírus (covid-19) no setor agropecuário.
Sobre a soja, a Cogo aponta que “mesmo com os recuos de preços no mercado futuro, os valores em reais seguem em alta, com a forte valorização do dólar”. “As exportações neste mês de março estão estimadas em 13 milhões de toneladas, o que representaria, se confirmado, um incremento de 154% sobre fevereiro/2019 e de 54% sobre o mesmo mês do ano passado”, aponta o estudo.
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Conforme a Cogo, “a safra chegou em grande volume neste mês e não há, até agora, sinais de retração na demanda em virtude dos problemas com o surto do coronavírus”. A consultoria avalia também o cenário com a China, epicentro da pandemia: “A China está voltando a demandar mais e as importações do país cresceram 14,2% no 1º bimestre/2020 ante o mesmo período do ano passado. As importações da China seguem concentradas no Brasil”.
MERCADO DO BOI
Já a análise sobre a pecuária bovina aponta que “a oferta limitada de bovinos para abate e a demanda mais aquecida por carne no atacado estão elevando os preços em várias regiões do País”. “Ao mesmo tempo em que varejistas buscam repor produtos nas gôndolas, depois do aumento das vendas nos últimos dias, reflexo da crise do Covid-19, as indústrias trabalham com escalas curtas e têm dificuldades de comprar lotes maiores”, avaliam os consultores da empresa. “Além do aumento da demanda doméstica, informações sobre a volta da China às compras também dão sustentação aos preços do boi gordo”, complementa o estudo. Já a carne de frango apresenta “tendência de alta dos preços, com demanda interna aquecida”.
O MILHO
Já o mercado do milho está com tendência de altas nos preços “com quebras na 1ª safra 2020 no Sul, menor estoque de passagem, oferta restrita, demanda interna aquecida e dólar em alta”. “As exportações em março cresceram 79,6% em relação à fevereiro deste ano, mas recuaram 20,6% na comparação com março de 2019”, diz a Cogo.
AS RAÇÕES
No que se refere às rações, conforme a consultoria, “a tendência é de alta dos preços, o que impactará na elevação dos custos de produção da avicultura de corte, avicultura de postura, suinocultura, aquicultura, pecuária de leite e pecuária de corte”. “Os custos médios da ração subiram 19% no acumulado de março, em decorrência das constantes valorizações do milho e da soja (farelo) no mercado interno, influenciadas pela demanda aquecida e pela valorização do dólar.
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