Criada em 21/05/2020 às 15h45 | Pecuária

Ferramenta que mede com precisão volume de leite irá impactar em ganhos econômicos para produtores e laticínios

Ferramenta é instalada na tampa dos tanques de resfriamento e também é capaz de registrar a temperatura do leite em diversos períodos do dia, os momentos em que o tanque foi aberto e se ocorreram picos de energia durante o resfriamento.

Imagem
Erro de um centímetro na régua de medição pode equivaler a três litros de leite por tanque. O Volutech possui sensores que enviam informações para um servidor remoto com acesso a laticínios e produtores (foto: Divulgação/Embrapa)

Rubens Neiva
JUIZ DE FORA (MG)

Chega ao mercado no segundo semestre de 2020 o Volutech, equipamento que utiliza sensores para medir com precisão o volume de leite armazenado nos tanques de resfriamento. Desenvolvida pela startup mineira de mesmo nome, situada em Viçosa, a inovação surgiu do Desafio de Startups promovido pela Embrapa Gado de Leite (MG) para incrementar o chamado ‘Leite 4.0’. A tecnologia substitui as réguas de medição, instáveis na apuração do volume real do produto, e é capaz de impactar em ganhos econômicos para produtores e laticínios.

Com cerca de vinte centímetros de comprimento, o equipamento possui sensores que enviam informações para um servidor remoto com acesso a laticínios e produtores. A ferramenta é instalada na tampa dos tanques de resfriamento e também é capaz de registrar a temperatura do leite em diversos períodos do dia, os momentos em que o tanque foi aberto e se ocorreram picos de energia durante o resfriamento – o que pode fazer com que a temperatura varie, comprometendo a qualidade do produto.

O ERRO 

Para se ter uma ideia, o erro de um centímetro na régua de medição pode equivaler a três litros de leite por tanque. “Considerando que o Brasil tenha 500 mil produtores com tanque de expansão, isso significa 1,5 milhão de litros de leite que podem estar sendo contabilizados pelos laticínios sem terem sido de fato recolhidos dos tanques”, explica Gustavo Duque, diretor da Volutech e estudante de Agronomia na Universidade Federal de Viçosa (UFV). “O maior produtor de leite do País pode ser o erro da régua”, brinca o estudante.

O supervisor dos campos experimentais da Embrapa Gado de Leite, Armando Carvalho, diz que o equipamento é uma ferramenta útil tanto para produtores quanto para indústrias de laticínios e tem um grande apelo mercadológico. “A medição com a régua convencional é um problema grave para a indústria e para o produtor, já que ambos têm interesse em saber o volume real do leite que será captado”, relata Carvalho ressaltando que, se o tanque não estiver nivelado adequadamente, a medição com a régua torna-se imprecisa

ALTA TECNOLOGIA A BAIXO CUSTO

O Volutech terá baixo custo e os laticínios serão os principais clientes. Tanques de grande capacidade já possuem a medição eletrônica, mas, segundo Carvalho, estão fora do alcance dos pequenos e médios produtores, além de não possuir o mesmo nível de conectividade e interatividade. “O novo equipamento será o primeiro a entrar no mercado tendo esse público como foco”, destaca Sávio Filho, diretor de vendas da Volutech, que conclui no próximo ano o curso de Medicina Veterinária da UFV.

O equipamento está em fase final de testes para entrar no mercado com todos os ajustes concluídos. Os experimentos estão sendo realizados em quatro fazendas. Três delas estão em Minas Gerais e fornecem leite para o laticínio da UFV, onde a maior parte dos membros da startup estuda ou se formou. Parte da equipe integra o programa Família do Leite, promovido pela universidade.

A INOVAÇÃO

A aproximação entre a pesquisa agropecuária e as universidades é um dos principais objetivos do Ideas for Milk, cuja primeira edição ocorreu em 2016. Além do hackathon e do Desafio de Startups, o evento conta com a Caravana 4.0, na qual pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite percorrem universidades em todo o País ministrando palestras sobre a importância das novas tecnologias no agronegócio.

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologias da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho, diz que existe muito espaço para as novas tecnologias no agronegócio do leite. “A cadeia produtiva do leite está aberta ao dinamismo dessa geração que nasceu no contexto das inovações digitais, com grande capacidade de apresentar novas soluções para os velhos problemas do agro”, acredita.

IDEIA SURGIU NA COMPETIÇÃO

“A ideia de criarmos o produto surgiu durante o hackathon (chamado de Vacathon) promovido pela Embrapa em 2018”, conta Sávio Filho. Os estudantes investiram no projeto e, no ano seguinte, o equipamento estava pronto para participar do Desafio de Startups da Embrapa.

De acordo com os próprios estudantes, ao se inscrever no Vacathon, a equipe não tinha noção alguma de qual projeto apresentaria. “Foi na visita ao campo experimental da Embrapa Gado de Leite que a ideia surgiu”, relembra Lucas Sanders, estudante de Engenharia Elétrica da UFV, um dos membros da startup. “Ao ver o funcionamento do tanque de expansão, a gente se perguntou sobre como um equipamento tão caro poderia ser tão vulnerável na apuração do volume de leite”, relata. Com o apoio do grupo de mentores do Vacathon, formado por pesquisadores e analistas da Embrapa, a ideia foi ganhando corpo. No quinto dia de hackathon, a equipe já tinha o projeto desenvolvido e o nome do produto. “Não fomos os vencedores, mas ficamos selecionados entre os melhores projetos e saímos do evento da Embrapa motivados a tornar a ferramenta uma realidade”, conta o estudante.

Para o diretor de vendas da Volutech, o evento da Embrapa foi fundamental: “Começamos no Vacathon e terminamos vencendo o Desafio de Startups; a Embrapa Gado de Leite esteve presente em todo o processo, do nascimento da startup à apresentação do produto para a cadeia produtiva.” Após o Vacathon, a equipe passou por uma pré-incubação no Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa – incubadora de empresa da UFV (Centev). Agora, os empreendedores estão finalizando o processo de patenteamento do Volutech no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

A INOVAÇÃO DO VOLUTECH

Para entender como o Volutech funciona, é preciso saber como o leite é armazenado e de que forma é feita a coleta nos tanques de resfriamento pelos laticínios. (Da Embrapa Gado de Leite)

A coleta do leite em cinco passos:

1º – Depois de ordenhado (com ordenhadeira mecânica), o leite é bombeado por meio de dutos até o tanque. Lá, o produto é refrigerado a cerca de 4° Celsius.

2º - A cada um ou dois dias, o caminhão do laticínio, que possui um tanque isotérmico para preservar a temperatura do leite, vai à fazenda fazer a coleta.

3º - O motorista do caminhão faz as análises necessárias e calcula, por meio da régua do tanque, a altura da coluna de leite.

4º - Cálculos feitos a partir de uma tabela própria darão como resultado o volume a ser coletado, que será anotado e informado ao laticínio.

5º - Com o produto transferido para o tanque isotérmico do caminhão, misturado ao leite de outras fazendas, o caminhão segue sua rota.

Cinco problemas que o equipamento resolve:

1º - Tanque mal nivelado – o desnivelamento do tanque ocorre durante a instalação em uma base de alvenaria malfeita. Um desnível que altere um centímetro na coluna do leite pode representar alterações de cerca de três litros de leite para mais ou para menos.

2º - Picos de luz – Quedas de energia interferem no resfriamento do leite e a temperatura inadequada favorece o aumento da contagem bacteriana, interferindo na qualidade do produto. O Volutech registra picos de luz e o tempo em o leite deixou de ser refrigerado, fornecendo informação para tomada de decisão de laticínios e produtores.

3º - Roubo de leite na propriedade – Não é incomum ocorrerem furtos de leite na propriedade. O Volutech informa não só a hora que a ordenha foi feita, mas também o momento em que o tanque é aberto, tornando possível registrar qualquer tipo de sinistro.

4º - Fraude na medição – Mudar a posição ou o ângulo da régua que mede a coluna do leite é uma maneira de fraudar o volume. Com a medida realizada por sensores, esse tipo de fraude deixa de ser possível.

5º - Perda de tempo – O equipamento torna o trabalho mais ágil, pois simplifica o processo. Supondo que o motorista do laticínio demore cerca de cinco minutos para fazer a leitura do volume do leite e que isso se repita em 15 propriedades, ao longo do dia serão necessários uma hora e quinze minutos. Um tempo que pode ser economizado com a leitura digital. 

 

 

  

 

Somadas, riquezas produzidas pelo campo tocantinense devem alcançar montante de R$ 9,8 bilhões neste ano de 2020

CLIQUE AQUI E VEJA OS NÚMEROS DETALHADOS DO VBP DO TOCANTINS 

Diferente da tendência nacional, que prevê queda, estimativa da safra de grãos do Tocantins é ainda maior, aponta Conab

Cadeia produtiva da carne gera mais de 315 mil empregos e faz circular R$ 7 bilhões por ano em todos segmentos do comércio

Clique aqui e veja o que foi publicado sobre números do VBP do Tocantins e do Brasil

Ação solidária e balanço de exportação de carne são destaques do Norte Agropecuário no Rádio

União de produtores, segmentos da sociedade e iniciativa de empresa do agro abre leitos hospitalares no Tocantins

CLIQUE AQUI E OUÇA TODAS AS EDIÇÕES DO NORTE AGROPECUÁRIO NO RÁDIO

VEJA TAMBÉM 

Plataforma digital com dados espaciais da região do Matopiba será útil nas ações de extensão rural e assistência técnica

LEIA MAIS NOTÍCIAS SOBRE A FRONTEIRA AGRÍCOLA DO MATOPIBA

CLIQUE AQUI E CONFIRA TODAS AS EDIÇÕES DO NORTE AGROPECUÁRIO NO RÁDIO  

 

 

CLIQUE AQUI E LEIA O QUE FOI PUBLICADO SOBRE O CORONAVÍRUS 



 

 

“Apesar dos esforços, comunicação do agro não conseguiu chegar na população e mostrar a importância do segmento”, diz ministra

Agro deve tratar comunicação como 'insumo' e mostrar à sociedade sua importância, dizem produtor e profissionais

Agricultor brasileiro é um dos que menos desmata no mundo

Cadeia produtiva da carne gera mais de 315 mil empregos e faz circular R$ 7 bilhões por ano em todos segmentos do comércio

Valor bruto da produção agropecuária do Estado do Tocantins neste ano deve ser de mais de R$ 9,7 bilhões

 

 

Norte Agropecuário no Rádio aborda queda no abate de gado e balanços econômicos de culturas agrícolas

“Não há políticas públicas de retenção dos bovinos; frigoríficos poderiam estar trabalhando na plenitude da capacidade”, diz Sindicarnes-TO

César Halum dá detalhes sobre realização da Agrotins 2020 de forma virtual 

CLIQUE AQUI E CONFIRA TODAS AS EDIÇÕES DO NORTE AGROPECUÁRIO NO RÁDIO  

Após retração de 3,2% em 2019, Tocantins registra queda de 15% no abate de bovinos no primeiro trimestre deste ano de 2020

Cadeia produtiva da carne gera mais de 315 mil empregos e faz circular R$ 7 bilhões por ano em todos segmentos do comércio

IBGE aponta queda de 3,2% no abate de bovinos no Estado do Tocantins no ano passado

Em três anos, mais de 2 milhões de cabeças de gado “somem” do Tocantins; Estado deixa de arrecadar meio bilhão de reais

Frigoríficos brasileiros abateram 1,019 milhão de bovinos em março; queda é de 47%, aponta Mapa

Recorde de exportações e análise do mercado do boi no Tocantins são destaques do Norte Agropecuário no Rádio na Jovem FM

“Sumiço” de 2 milhões de bovinos, produtividade do milho e técnica para plantio de mandioca são destaques no rádio

Técnica desenvolvida para piscicultura e reabertura do comércio da carne para EUA são destaques do Norte Agropecuário no Rádio

 

 




Reajuste do ICMS dos frigoríficos vai estourar no produtor e no consumidor, diz presidente do Sindicato Rural de Araguaína

AGROVERDADES: CLIQUE AQUI E ASSISTA O FÓRUM DO AGRONEGÓCIO DO TOCANTINS, EM ARAGUAÍNA

Aumento da alíquota do ICMS para frigoríficos transformará carne do Tocantins na mais cara do Brasil, aponta especialista

Cadeia produtiva da carne gera mais de 315 mil empregos e faz circular R$ 7 bilhões por ano em todos segmentos do comércio

Pecuaristas pedem adiamento por 150 dias do início da vigência do reajuste de alíquota do ICMS dos frigoríficos do Tocantins

Reajuste do ICMS para frigoríficos do Estado do Tocantins vai impactar o produtor, afirma pecuarista da região de Araguaína

“Cadeia da carne não se nega a pagar imposto, mas governo não pode virar monstro devorador de indústria”, afirma diretor do SRA

Revogação de benefícios a frigoríficos gera “alto custo” ao setor, impacta no abastecimento e formação de preço, diz juiz

Sem acordo: Governo propõe alíquota de 4,5%, mas frigoríficos querem 1,8%; comissão será criada para estudar o tema 

 








 CLIQUE NOS LINKS ABAIXO E SAIBA MAIS SOBRE O TEMA 

Fator coronavírus: SRA reforça pedido de diálogo com governo e defende redução de impostos para baratear preço da carne

Fieto pede ao governo do Estado suspensão de aumento de ICMS para frigoríficos do Tocantins

Reajuste do ICMS dos frigoríficos pode gerar “fantasma do desemprego”, alta do preço da carne e desabastecimento, diz SRA

CLIQUE AQUI E VEJA A CÓPIA DO COMUNICADO ENVIADO PELO SRA À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

VEJA NESTE LINK A CÓPIA DA SOLICITAÇÃO DA FAET AO GOVERNO DO TOCANTINS

Produtor pagará a conta, afirma vice-presidente do Sindicato Rural de Araguaína sobre aumento do ICMS para frigoríficos

Pecuaristas pedem adiamento por 120 dias do início da vigência do reajuste de alíquota do ICMS dos frigoríficos do Tocantins

Tags:

Comentários


Deixe um comentário

Redes Sociais
2024 Norte Agropecuário