Criada em 20/10/2020 às 19h50 | Aquicultura

Publicação da Embrapa no TO aborda dois momentos importantes na pesca artesanal

A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) lançou recentemente publicação sobre boas práticas para abate e conservação a bordo na pesca artesanal.

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Boas práticas para abate e conservação a bordo na pesca artesanal, rio Araguaia, Tocantins. (Foto: Divulgação - Embrapa)

A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) lançou recentemente publicação sobre boas práticas para abate e conservação a bordo na pesca artesanal. Nela, estão descritas dicas e recomendações para garantir a boa qualidade do pescado. São informações objetivas e por vezes bastante simples sobre diferentes pontos a que o pescador precisa ficar atento.

Antes mesmo de sair para a pescaria, é importante selecionar adequadamente os petrechos (como redes, linhas e anzóis) e outros utensílios (a exemplo de caixas térmicas e gelo). Eles deverão ser adaptados ao tipo de pescaria e também ao próprio tamanho do peixe que se busca. “Recomenda-se levar apenas o que será necessário para a pesca e para acondicionamento dos peixes após a captura. Pois, a depender do tamanho da embarcação, o espaço físico, ou seja, o local de acomodação do pescador pode ficar comprometido, atrapalhando a atividade de captura. Ainda, é fundamental verificar se todos os utensílios estão limpos e adequados ao uso”, orientam os autores.

O indicado é que a insensibilização seja feita em todos os peixes capturados, independente de tamanho ou outra característica. “A insensibilização por golpe no crânio é um método prático, recomendado pelas instituições responsáveis, de baixo custo e bastante eficiente quando feito adequadamente. O golpe a ser aplicado deve ter força suficiente para promover a insensibilização imediata do animal. O objeto para insensibilizar pode ser adaptado, considerando que seja liso e não poroso, sem pontas e de fácil higienização”, explicam os autores. Imediatamente após a insensibilização, pode ser feito o abate. A publicação traz, numa tabela, os métodos indicados, a razão de se fazer os dois procedimentos (insensibilização e abate), o momento e a maneira mais apropriados para ambos.

São cinco os autores da publicação, entre eles a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura Patrícia Chicrala, que trabalha com aproveitamento agroindustrial de espécies aquícolas. Segundo ela, a qualidade da carne do pescado pode ficar comprometida caso não se sigam as orientações técnicas. “A recomendação de uma morte rápida ao peixe por exemplo é um fator determinante para uma melhor qualidade do pescado. Do contrário, técnicas como a asfixia (esperar o peixe morrer se debatendo), comumente praticada na pesca artesanal, contribuem para a rápida deterioração do peixe, pois reduzem drasticamente as reservas de energia, provocando acúmulo de substâncias químicas e sabor indesejado ao peixe”, afirma.

Quanto à conservação do pescado a bordo, também são indicadas orientações simples e que ajudam o pescador a manter a qualidade de seu produto. O gelo a ser usado precisa ser de água potável e, caso seja feito em casa, embalagens de outros produtos não devem ser reutilizadas para acondicioná-lo. O mais recomendado é o gelo em escamas, pois seu formato permite um contato maior com a superfície do pescado.

Projeto de pesquisa – A publicação é fruto do projeto Conhecimento e adaptação tecnológica para o desenvolvimento sustentável da pesca artesanal no rio Araguaia (TO), conduzido pelo também pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura Adriano Prysthon. Foi realizado um diagnóstico participativo em 15 comunidades pesqueiras, incluindo colônias de pescadores e aldeias indígenas, de 11 municípios do lado tocantinense do Araguaia. Nesse diagnóstico, há diferentes aspectos da pesca artesanal na região. Para mais informações sobre o projeto, acesse este link. (Da Embrapa)

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