Criada em 07/09/2020 às 09h52 | Investigação

Queimada: "Prejuízo financeiro é imenso, mas o que mais choca é o dano à natureza", diz professor que teve chácara destruída

“É hora de pessoas pararem de encarar essa questão das queimadas como costume, tradição. A gente mantém tradição de coisa boa, de costumes bons. Uso de fogo não é tradição”, ressaltou, em entrevista ao Norte Agropecuário no Rádio de domingo, dia 7, na Jovem FM de Palmas (TO).

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Queimada na propriedade rural do professor universitário de Araguaína José Neuman Miranda Neiva: “Queimou para dentro dos brejos. Você encontra rastro de animais para todo o canto, fugindo. Não é possível que as pessoas são tão insensíveis"


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Após seis dias de trabalho intenso de combate à queimada de sua propriedade em Araguaína (norte do Tocantins), o professor universitário José Neuman Miranda Neiva, zootecnista, desabafou sobre o crime: “As pessoas precisam ter noção da destruição. O prejuízo é grande, dói, sim, mas o dano à natureza é triste de ver. As pessoas deveriam ir lá e ver o que resulta a irresponsabilidade deles”. 

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O incêndio em sua chácara começou no domingo, dia 30. Desde então, a luta tem sido incessante no controle das chamas, como mostram as imagens abaixo. “Já é hora do Tocantins fazer uma campanha para abandonar a triste marca de ser o campeão do fogo no Brasil em alguns períodos. É hora de pessoas pararem de encarar essa questão das queimadas como costume, tradição. A gente mantém tradição de coisa boa, de costumes bons. Uso de fogo não é tradição”, ressaltou, em entrevista ao Norte Agropecuário no Rádio de domingo, dia 7, na Jovem FM de Palmas (TO).

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Segundo ele, tanto na zona rural, como no campo, “as são piromaníacas”. “Tem gente que põe fogo todo ano. É uma doença!”, disse. “Não sou bombeiro, não! Sou professor universitário. Tem equipes trabalhando com dez tratores”, complementou.

Um dos focos foi causado por cigarro jogado na beira da rodovia, disse o professor. O outro, segundo ele, foi um pequeno produtor que fez um roçado. “Ateou fogo sozinho, sem ajuda de ninguém."

Na entrevista ao Norte Agropecuário no Rádio, ele lamentou a destruição e o dano à natureza. “O prejuízo financeiro é imenso. Pasto queimado, cerca, curral, etc... Mas, o que mais me choca nas pessoas que tem o péssimo costume é a destruição da natureza. Cerca você vai lá, planta eucalipto, faz outra. O capim cresce de novo, mas e as matas? As florestas, animais mortos? Tudo destruído”, lamentou.

Ele fez um relato dramático: “Queimou para dentro dos brejos. Você encontra rastro de animais para todo o canto, fugindo. Não é possível que as pessoas são tão insensíveis. Elas ateiam fogo e vão embora, não ficam para ver o rastro. E a omissão do Estado? Se a polícia quiser, é só seguir o fogo e vai chegar no roçado. Que se faça valer a lei, mas infelizmente tem a impunidade”.



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