Criada em 06/03/2019 às 11h37 | Política brasileira

Tocantins: Conab confirma análise sobre “reestruturação” de armazéns; unidade de Araguaína deve ser uma das leiloadas

O anúncio feito pela ministra Tereza Cristina e novo presidente da Conab, Newton Araújo aponta para uma diminuição de patrimônio sob a alegação de subutilização das unidades em questão.

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Capacidade é de 1,2 mil toneladas de grãos. No primeiro semestre de 2017, foram comercializadas 271,8 toneladas de milho. A movimentação financeira foi de R$ 271.887,96 em 855 atendimentos, beneficiando 251 pequenos criadores (foto: Conab)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou que realiza um estudo para definir a reestruturação de sua rede armazenadora. Assim conforme anunciado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante a posse da nova presidente da Câmara, Newton Araújo Silva Júnior, alguns armazéns serão leiloados. Na lista está a unidade de Araguaína, no Norte do Tocantins.

O Norte Agropecuário tem um estudo preliminar feito pela direção da Conab, em Brasília, que listou uma sede de Araguaína como subutilizada. Por outro lado, a superintendência da Conab no Tocantins elaborou um estudo que defendeu a importância estratégica para a permanência do armazém. Porém, as expectativas não são animadoras.

De acordo com a Conab, a ideia inicial prevê uma redução em 29% da quantidade de Unidades Armazenadoras (UAs), saindo de 92 para 65. Atualmente, a Companhia possui 167 armazéns em operação e, com o plano, espera-se que haja uma queda de 39.

“Esse estudo ainda está em análise, o número será definido posteriormente e existe a possibilidade de mudanças, caso sejam necessárias”, explica o presidente da estatal, Newton Júnior. “Nossa expectativa é aprimorar a capacidade administrativa da rede armazenadora e promover a redução dos custos, além de intensificar a atuação da Companhia tanto nas ações da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) quanto no suporte ao abastecimento do país”.

Ele afirmou que a desmobilização do patrimônio será rápida e acontecerá nos próximos meses.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, declarou que a rede de armazenamento da Conab é “grande e antiga”. Para ela, deixou de fazer sentido mantê-la num momento em que os traders do setor agropecuário são mais ágeis e possuem esquemas mais modernos de armazenagem e escoamento da produção. “Precisamos que a Conab dê atenção às coisas para as quais ela é imprescindível, como trabalhar mais perto do produtor, fazendo previsão de safra, estatísticas e prestando as informações oficiais sobre o setor, que são ferramentas essenciais para cuidarmos das políticas públicas”, disse a ministra. “Não podemos ter empresas públicas com um patrimônio enorme, porque custa mais caro mantê-lo do que a sua utilidade", complementou.

Ainda não há informação oficial sobre qual o destino dos servidores. Um caminho mais provável é o remanejamento para outras cidades. A Conab tem orçamento de R$ 1,5 bilhão para equalização dos preços dos produtos da safra.

Conab não será diminuída

Segundo Newton, a Conab não será diminuída com esta ação, e sim buscará atuar de maneira mais estratégica, fortalecendo a empresa nos locais em que opera. O plano também não especifica uma venda ou alienação total. “Existem outras alternativas, como a cessão, que podem ser interessantes para o governo, para o agricultor e para a economia. Isso é que estamos avaliando”, reforça o presidente.

O estudo da reestruturação é resultado de um diagnóstico realizado pela Companhia em toda a sua rede armazenadora, com o objetivo de analisar cada armazém da empresa e identificar sua real necessidade, além de levantar quais os gargalos para garantir o aumento de eficiência das estruturas remanescentes. “Atualmente, estamos estudando e promovendo adequações administrativas e avaliando os números previstos no redimensionamento da Rede de Armazéns da Conab”, afirma Newton.

Patrimônio

Além do projeto de redução das unidades armazenadoras, a Conab já atua num plano de desmobilização de outros 29 armazéns em desuso, herdados pela fusão com a antiga Cibrazen, que ainda fazem parte do patrimônio da empresa.

Cabe ressaltar que, tanto os armazéns citados inicialmente quanto os que estão em desuso no patrimônio, estão apenas entre as expectativas da Companhia de serem desvinculados, visto que estas ações ainda dependem de definição da Diretoria Executiva, e passarão também pelo ministério supervisor e aprovação do Conselho de Administração da empresa.

Os números

Uma publicação da própria Conab de 2017 aponta os números da Unidade Armazenadora de Araguaína, que funciona desde 1978. A capacidade estática é de 1,2 mil toneladas.

Conforme a própria Conab, é destinada “principalmente para a distribuição de cestas básicas a grupos populacionais em situação de vulnerabilidade social e para a execução do Programa de Venda em Balcão”.

Ainda conforme a companhia, somente no primeiro semestre de 2017, último levantamento público, foram comercializadas 271,8 toneladas de milho neste programa. “A movimentação financeira foi de R$ 271.887,96 em 855 atendimentos, beneficiando 251 pequenos criadores de vários municípios do interior do Tocantins”, informa a Conab na mesma publicação. (Com informações Ascom Conab)

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