Criada em 29/06/2022 às 09h09 | Agronegócio

CNA discute instabilidade no fornecimento de fertilizantes estrangeiros

Entidade participou de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara na terça (28). O diretor técnico adjunto da entidade, Reginaldo Minaré, destacou a relevância da Rússia para o abastecimento do Brasil, principalmente em relação ao NPK, o mais usado na agricultura brasileira.

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Entidade participou de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara na terça (28). (Foto: Divulgação)

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) discutiu a instabilidade no fornecimento de fertilizantes estrangeiros em audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, na terça (28).

O diretor técnico adjunto da entidade, Reginaldo Minaré, destacou a relevância da Rússia para o abastecimento do Brasil, principalmente em relação ao NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), o mais usado na agricultura brasileira.

“A importação brasileira é muito grande, entre 85% e 90% do que a gente usa. Em 2021, importamos 41,6 milhões de toneladas, dos quais 22,5% dos nitrogenados, 20,3% dos fosfatados e 28,7% dos potássicos vieram da Rússia. A tendência é que não teremos dificuldades em estar abastecidos de fertilizantes para manter a produção”.

Minaré lembrou que, no final do ano passado e no início deste ano, houve uma tendência de queda do valor dos fertilizantes no custo de produção. Porém, com a guerra, os preços voltaram a subir.

O diretor adjunto falou também da alta do petróleo que impactou o preço do frete marítimo e rodoviário, outro fator que influenciou o aumento no custo de produção do setor.

"São vários elementos que fazem com que o custo de produção seja elevado. Infelizmente é um custo que precisa ser repassado. A agricultura sempre trabalha com uma margem muito estreita de lucro, não tem um colchão para amortecer”, disse.

Em relação à produção interna de fertilizantes, Minaré ressaltou a necessidade de uma pesquisa para saber o que o País tem. Para ele, é necessário melhorar a estrutura normativa brasileira para favorecer a indústria doméstica e disponibilizar recursos para o Serviço Geológico Nacional fazer o mapeamento do território.

"Temos um espaço grande para avançar em novos produtos. Temos um País que tem apenas 26% do seu território mapeado. Sem esse mapeamento e identificação do que nós temos e se é viável a exploração econômica, a gente não consegue avançar na produção doméstica de fertilizantes. Esse é um passo fundamental que precisa ser adotado".

Ele frisou ainda a relevância da incorporação cada vez maior de insumos biológicos e remineralizadores no sistema de produção, e observou a importância da aprovação do Projeto de Lei nº 658/2021 que trata da produção de bioinsumos e tramita na Câmara. “O projeto é de grande valor para a agricultura e a CNA apoia integralmente a aprovação da urgência desse PL.”

A audiência pública foi proposta pelo deputado Bosco Costa (PL-SE) e ouviu também representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério da Economia, Agência Nacional de Mineração, Embrapa, Universidade Federal do Paraná e Croplife Brasil. (Da CNA)

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