Criada em 05/11/2021 às 16h31 | Negócios

Tema de frequente embate na gestão de Mauro Carlesse, impasse do governo do Estado com frigoríficos do Tocantins pode chegar ao fim

Durante lançamento da segunda etapa de vacinação contra aftosa, governador em exercício Wanderlei Barbosa afirmou que vai discutir questão tributária com setor de frigoríficos. Presidente executivo do Sindicarnes, que representa o setor, participou do evento no interior do Estado.

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Governador em exercício Wanderlei Barbosa lança segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa (Foto: Elisangela Silva/Governo do Tocantins)

O governador em exercício do Estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, afirmou na manhã desta sexta-feira, 5, durante lançamento da segunda etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa, informou que o Governo está aberto para discutir a questão tributária com os produtores e os empresários do setor de frigoríficos que compõem a cadeia da carne tocantinense.

O impasse com o setor foi criado há dois anos, na gestão do governador afastado Mauro Carlesse. Os frigoríficos possuíam pactos formalizados com o Executivo tocantinense os chamados TAREs (Termos de Acordos de Regime Especiais) que possibilitavam investimentos em troca de incentivos fiscais.

Entretanto, Carlesse cancelou os acordos e propôs cobrança aos frigoríficos. O setor industrial questionou a ruptura de acordos e foi à Justiça. Sob liminares, algumas plantas frigoríficas conquistaram o direito de não serem afetados pelo aumento de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). 

Houve aumento de 1% para até 4% do imposto para a indústria da carne. O Sindicarnes-TO criticou veementemente a suspensão de incentivos por parte governo. A entidade apontava que 40 mil empregos estavam em risco, já que, com a cobrança, sem condições, algumas unidades poderiam até fechar as portas.

Foram várias as tentativas dos representantes dos frigoríficos de chegar a um acordo com o governo Carlesse, mas não foi possível. O Norte Agropecuário apurou que, com Wanderlei Barbosa, houve estreitamento das relações. Tanto é que o presidente executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e derivados do Estado do Tocantins (Sindicarnes), Gilson Cabral, participou do evento desta sexta-feira, em Araguaçu.

O governador Wanderlei Barbosa destacou o compromisso com os produtores rurais e que pretende discutir a questão tributária dos frigoríficos nos próximos dias. “Eu quero resgatar o que há de melhor no Estado. Já orientei o secretário da Agricultura, Jaime Café, e ele terá a liberdade de discutir com os frigoríficos a questão tributária, de maneira que nós possamos repensar essa questão para que possamos ajudar o empresário", informou.

Vacinação contra aftosa

O lançamento ocorreu na Fazenda Nelore JAL, do proprietário José Luiz Boteon, no município de Araguaçu (região sul do Tocantins), que mantém o maior rebanho do Estado com cerca de 413 mil cabeças de bovídeos. Nesta segunda etapa, que segue até o dia 30 de novembro, a estimativa é de que sejam vacinados 4,5 milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos) com até dois anos de idade, declarados na campanha de maio de 2021.

Atuando na agropecuária tocantinense há 10 anos e com um rebanho com mais de 2,5 mil matrizes, o proprietário da Fazenda Nelore JAL, José Luiz Boteon, ressaltou a importância da vacinação para a qualidade da carne que produz. "A vacinação é de suma importância não só para o meu rebanho, mas para o Brasil de modo geral, que mesmo sofrendo embargo nas exportações, nós conseguimos nos manter como o maior produtor de carne do mundo", destacou o pecuarista.

Reconhecimento Nacional e internacional

Com um crescimento de 11% no rebanho de bovídeos em 2021, em relação a 2020, o Tocantins consolida o setor pecuário como um dos grandes responsáveis pelo crescimento econômico do Estado, alcançando 9,7 milhões de cabeças de bovídeos.

O presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Paulo Lima, destacou que o Tocantins tem destaque nacional pela sua atuação na inspeção animal. "Nós já chegamos ao nível de 98,80% do rebanho vacinado e temos nos destacado no cenário nacional no que diz respeito à inspeção animal. E claro, isso só é possível com o empenho e a colaboração do nosso produtor rural e, agora, a discussão que queremos provocar é a retirada da vacinação", disse.

O Tocantins está há 24 anos livre de casos de febre aftosa e tem se empenhado no cumprimento das exigências do Ministério da Agricultura para alcançar a chancela de zona livre da aftosa sem vacinação em 2022.

O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café, destacou o empenho da atual gestão nas pautas do setor. "Têm sido prioridade na agenda do governador Wanderlei todos os assuntos do campo, produção, industrialização e tem sido muito fácil essa comunicação", destacou.

Na oportunidade, o governador Wanderlei Barbosa assinou um Termo de Cooperação Técnica entre o Governo do Tocantins, a Seagro, o Ruraltins e as prefeituras de Sandolândia e Araguaçu para o recebimento de sementes de feijão, milho e arroz.

Campanha

A primeira etapa da campanha foi realizada entre 1º e 31 de maio e vacinou cerca de 9 milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos), independentemente da idade. Com foco em alcançar novos mercados, o Tocantins se prepara para a retirada da obrigatoriedade da vacinação contra febre aftosa para o próximo ano.

Mas até lá, a vacinação continua obrigatória e a legislação prevê multa para quem deixar de vacinar o rebanho, sendo de R$ 5,32 por animal e R$ 127,69 por propriedade não declarada, além de outras sanções.

Orientações

Para eficácia da vacinação, a Adapec recomenda cuidados no transporte, armazenamento e utilização da vacina. Os imunizantes devem permanecer na temperatura entre 2 °C e 8 °C até o momento da aplicação, utilizar agulhas novas e desinfetadas para evitar abcessos no gado, aplicar a dose de 2 ml por animal na tábua no pescoço e procurar vacinar nos horários mais frescos do dia, início da manhã ou fim da tarde.

As doses do imunizante devem ser adquiridas em estabelecimentos agropecuários devidamente cadastrados na Adapec. A Agência orienta ainda que os pecuaristas aproveitem o manejo do rebanho e vacinem os animais contra raiva e brucelose. (Com informações da SecomTO)

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