Cruzamento de dados de balanços de órgãos do governo do Estado, como as secretarias da Fazenda (Sefaz), Agricultura (SeAgro), Defesa Agropecuária (Adapec), além de estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística) e outras entidades como o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e Derivados do Estado do Tocantins (Sindicarnes-TO), apontam que a cadeia da carne tocantinense gera mais de 315 mil empregos e faz circular mais de R$ 7 bilhões por ano não só na pecuária, mas todos os segmentos produtivos, desde as lojas agropecuárias até postos de combustíveis, hotéis, restaurantes e o comércio em geral.
Os dados acima consideram a movimentação de trabalhadores e geração de renda do início da cadeia produtiva, no pasto, passando pelos frigoríficos, até a carne chegar às prateleiras ou gôndolas de supermercados e açougues e demais empreendimentos do ramo.
EMPREGOS GRAÇAS À CADEIA DA CARNE
Numa simples soma é possível constatar, conforme relatórios no portal da Adapec, que há 56.500 pecuaristas registrados no Estado. Esta é uma informação oficial do órgão. Caso cada um desses produtores mantivesse ao menos um funcionário, o que não é a realidade, já seriam 56.500 empregos. Porém, o número, obviamente, é maior. Isso sem contar os empregos gerados em lojas de ração, insumos e produtos do campo.
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Um dado que ratifica a soma acima: no recente Censo Agropecuário de 2017, o IBGE revelou que a ocupação de trabalho no campo tocantinense seria de 204.430 mil pessoas. O instituto, entretanto, contabiliza apenas as pessoas que ganham o sustento de suas famílias na zona rural.
OS FRIGORÍFICOS
Focos da mais recente polêmica do ramo, que é o reajuste da alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) por parte do governo do Estado, somente os frigoríficos do Estado geram 6 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. Isso porque trabalham apenas com 44% de sua capacidade por, entre outros motivos, escassez do gado. Caso funcionasse a pleno vapor, seriam 12 mil empregos diretos e aproximadamente 50 mil indiretos, o que aqueceria ainda mais a economia tocantinense.
Porém, o aumento de 1% para 4% no ICMS que vale a partir do dia 20 deste mês poderá resultar em demissões e até fechamento de plantas frigoríficas do Tocantins. Esse foi o tema central do 1º Fórum do Agronegócio realizado na quarta-feira ,dia 11, em Araguaína, promovido pelo Sindicato Rural da cidade, Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e UFT (Universidade Federal do Tocantins), com participação de pecuaristas da região e representantes de entidades como a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Fieto (Federação das Indústrias do Estado do Tocantins), Faet (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins) e Sindicarnes.
Há atualmente a confirmação do fechamento do frigorífico Masterboi, em Nova Olinda, cidade vizinha a Araguaína. A direção da empresa já anunciou: caso o governo não mude de ideia, o empreendimento encerrará as atividades no dia 20 de março, quando passa a valer a nova alíquota.
AINDA SOBRE EMPREGOS NO CAMPO
Vamos a mais números. Como abordamos acima, somente os frigoríficos geram hoje 35 mil empregos diretos e indiretos. No campo, na soma mais simplória possível, seriam 280 mil (isso se cada um dos 56.500 pecuaristas mantivessem um funcionário na fazenda). A soma desses resultados dá 315 mil pessoas que trabalham graças ao boi, a produção da carne. Isso representa 22,7% da população tocantinense, que é, conforme o IBGE, 1.383.445, conforme o último censo.
DINHEIRO NO COMÉRCIO EM GERAL
Outro dado relevante é que a pecuária faz circular o dinheiro. Não só no setor, mas praticamente em todos os segmentos comerciais. A análise é simples: Imaginem: Vamos pensar novamente a circulação do dinheiro desde as lojas de ração, na cidade, para o pasto, no campo. Incluiremos nessa analogia toda a movimentação necessária para a carne chegar, primeiramente, aos frigoríficos para depois abastecer o comércio varejista, antes da mesa de cada um de nós.
Os gastos vão desde o combustível para o pecuarista ir buscar o produto na loja agropecuária, que faz a venda. E, com o pagamento do pecuarista, o estabelecimento mantém os funcionários que, ao ganhar seus salários, investem no comércio local, desde o pãozinho na padaria, nas escolas, loja de roupas, farmácia, supermercado, etc... Sem contar a necessidade dos funcionários da fazenda e dos próprios pecuaristas que precisam se deslocar para eventuais compromissos ligados à terra, como compra de outros produtos, negociações bancárias ou burocráticas em órgãos do governo. Daí, incluímos nesta conta despesas (sem contar, novamente, os combustíveis, hotéis, bares, restaurantes, lanchonetes e muito mais.
E para a carne chegar no frigorífico são necessários mais gastos: do combustível do caminhão que leva o gado e de trabalhadores, que no deslocamento têm despesas com alimentação e hospedagem. E dos frigoríficos para os mercados e açougues são outros gastos.
E isso tudo é possível ser contabilizado minimamente. Como? Também com contas simples. Vamos usar como exemplo o registro de abates dos frigoríficos do Tocantins em 2019.
Foram abatidos 934.718 animais. Cada um custa, em média, R$ 3.610,00. Ao multiplicarmos esses números chegamos ao valor movimentado de R$ 2.953.708.880 somente com o gado.
Outra conta. Na média, por ano, o gasto do produtor por ano para criar o gado e vendê-lo ao frigorífico é de R$ 550,00. Multiplicando este número por 8.482.584, que é o número do rebanho bovino tocantinense de 2019, chegamos a um outro valor: R$ 4.665.421.200,00. Esse é o tanto de dinheiro que circula no Estado apenas para se criar o boi no pasto.
A soma de R$ 2,9 bilhões (conta mais acima), que se refere à negociação entre produtor, frigorífico e comércio, com os R$ 4,6 bilhões, que é o custo do boi, chegamos ao número de R$ 7.619.130,080,00. Ou seja, este é o valor da movimentação apenas com o gado no Tocantins.
A quantidade de números acima denota um fato: há necessidade de maior diálogo entre poder público e a cadeia produtiva da carne tocantinense, que, como todos os outros segmentos, geram emprego, renda, fazem circular o dinheiro e mantêm viva a economia tocantinense.
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