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Engorda mais rápida, rendimento acima da média, qualidade de carcaça e lucratividade são alguns dos inúmeros motivos para que a pecuária intensiva ganhe cada vez mais adeptos na região oeste paulista. De uns anos para cá a procura por confinamentos de bovinos tem aumentado. Estima-se que existam hoje na região cerca de 50 mil animais em criatórios privados ou os chamados boitéis.
“A força do agro na região vem crescendo e se diversificando. Não é mais só bovinocultura e frutas. Grandes usinas vieram e está entrando agora a soja com melhoramento genético. Grandes cooperativas já começaram a atuar na região. A tendência é gado, soja, cana, amendoim e fruticultura. Tudo isso ajudando o agronegócio na região”, diz Ruy Terra Filho que, junto com as irmãs, busca manter o legado do pai, Ruy Moraes Terra, pioneiro na criação de cavalos quarto de milha no país que faleceu em julho deste ano.
Atualmente, eles trabalham com produção de grãos (milho e soja, especificamente), seleção de cavalos de raça quarto de milha e cria, recria e engorda na região e nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E destaca também a força da equinocultura. “Há vários haras que exportam genética para todo o Brasil também. Quarto de Milha, por exemplo. E plantel de gado P.O., que exporta genética para outras partes do Brasil”, complementou.
Confinamentos e boiteis
Os boiteis oferecem ainda uma gestão mais precisa dos processos de nutrição, de saúde e manejo dos animais. Também é vantagem pela desocupação e descanso do pasto. Isso possibilita reposição antecipada de bezerros na propriedade.
No confinamento, a engorda pode ser quatro vezes mais rápido do que, por exemplo, a terminação a pasto. Há casos de sete a oito arrobas em três meses. Com isso, os animais maximizam ganhos de forma mais lucrativa para o produtor. Há exemplos de tempo médio de criação e engorda a pasto de 36 meses. No confinamento, a média é de 24 meses. Com isso, aumenta as escalas dos frigoríficos.
Pioneiro no serviço na região, Sérgio Przepiorka, do Boitel Chaparral, em Rancharia (SP), faz questão de ressaltar que o sistema não é exclusivo para grandes produtores e investidores. “Os pequenos produtores também podem investir no confinamento especialmente nas estações mais secas do ano, quando falta pasto e os animais correm risco de ficar malnutridos. Isso é importante inclusive por razões econômicas, já que no sistema a pasto a terminação vai até os 36 meses de vida, em média, e no confinamento, o tempo é reduzido para cerca de 24 meses. O ganho de 12 meses representa um adicional extraordinário para a gestão do projeto pecuário”, disse em recente artigo feito por ele e publicado no www.norteagropecuario.com.br.
Ele atua na cria e engorda de animais próprios e de terceiros. São 15 anos de experiência, com uma capacidade estática de 20 mil animais. Para Przepiorka, é visível o crescimento do sistema na região. “O crescimento do agro na região, na pecuária e agricultura, é muito significativo e ocorre graças a eficiência do produtor. Crescemos depressa”, acrescentou.
Mercado promissor
A zootecnista Jeiza Ornelas, da Pecuária Vista Verde, com sede em Presidente Bernardes (SP), que tem 12 mil bois estáticos, ressalta o crescimento do sistema na região. “A região de Prudente, que outrora estava praticamente voltada para a cana-de-açúcar, está se voltando para grandes confinamentos. Com isso, está ficando ainda mais forte no agro, no ponto de vista do investidor e produtor. Há quatro ou cinco anos só existia um boitel. Hoje, são cinco”, afirmou. Segundo ela, o acesso fácil aos grãos, proximidade com a grande São Paulo, um “mercado consumidor promissor”, explicam o crescimento.
Liderança no ranking
Recentemente, mais precisamente em março deste ano, a pedido do www.norteagropecuario.com.br, o Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, enviou relatório atualizado que garantia a região de Presidente Prudente em primeiro lugar, com 18% do total de animais no Estado de São Paulo. A RA de Prudente fechou o ano de 2020 com 1.793.291 animais, 290.463 (13,9%) a menos que em 2019, que contabilizou 2.083.754 cabeças. Em 2018, eram 1.898.091.
Outro dado que confirma a vocação regional para a pecuária: O último levantamento da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de São Paulo com base no relatório da campanha de vacinação contra febre aftosa encerrada em junho, por exemplo, aponta que criadores de bovinos de quatro regionais da Defesa Agropecuária do Estado localizadas no oeste paulista vacinaram 2.404.623 bovinos. O EDA (Escritório de Defesa Agropecuária) de Presidente Venceslau vacinou todos 843.644 animais. Andradina tinha total de 438.054. Dracena, 343.604 animais e Presidente Prudente, entretanto, 780.041 bovinos.
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