Criada em 06/01/2022 às 15h18 | Pesquisa

Pesquisadora destaca desempenho agronômico de cultivar de batata-doce que teve validação em área comercial em Presidente Prudente (SP)

“Esses ensaios comprovaram o bom desempenho agronômico da cultivar, notadamente sob a forma de uma boa qualidade de raiz para o processamento industrial, em função de matéria seca acima de 30%, e ainda o alto potencial para uso culinário", afirma Larissa Vendrame.

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Em Presidente Prudente (SP), um dos principais polos de produção no País, ocorreu a etapa de validação em área comercial (Foto: Embrapa/Divulgação)

Anelise Macedo
DE Brasília (DF)

A nova cultivar de batata-doce de polpa roxa é o foco da publicação que apresenta a BRS Anembé, suas características e adequação para diversos usos, do campo à mesa. Produzido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), o Comunicado Técnico (CT) destaca as qualidades agronômicas da cultivar, assim como o seu desempenho observado nos experimentos instalados em diversas regiões do Brasil.

O crescimento do mercado e de demandas da cadeia produtiva foram as molas propulsoras dos trabalhos de pesquisa voltados para o desenvolvimento de cultivares de polpa roxa.
A história da BRS Anembé começa a partir de 2013, quando foram iniciados os primeiros experimentos para seleção de genótipos de polpa roxa na Embrapa Hortaliças. Em 2017, seis genótipos mais produtivos foram selecionados e, dando seguimento ao plano de trabalho, nos anos de 2018 e 2019 foram instalados ensaios em Brasília (DF), Canoinhas (SC), Estiva (MG), Petrolina (PE) e Uruana (GO). Em Presidente Prudente (SP), um dos principais polos de produção no País, ocorreu a etapa de validação em área comercial.

Segundo a pesquisadora Larissa Vendrame, que coordena as pesquisas de melhoramento genético de batata-doce da Embrapa Hortaliças, e assina a publicação juntamente com os pesquisadores Raphael Melo, Giovani Olegário, Geovani Amaro, Lucimeire Pilon, Jorge Anderson, Jadir Pinheiro e Ricardo Borges, “esses ensaios comprovaram o bom desempenho agronômico da cultivar, notadamente sob a forma de uma boa qualidade de raiz para o processamento industrial, em função de matéria seca acima de 30%, e ainda o alto potencial para uso culinário.”

Nos ensaios, que também incluíram a avaliação de danos por pragas e doenças, a cultivar BRS Anembé se destacou por demonstrar ampla adaptabilidade, estabilidade de produção em diferentes ambientes e manutenção da qualidade de suas características.

As diversas aptidões e formas de processamento são outros atrativos da nova cultivar: no mercado nacional, há pelo menos cinco indústrias de médio e grande porte processando batata-doce de polpa arroxeada na forma de chips. O Comunicado Técnico contempla essa questão, registrando que mesmo com esse potencial, a média de produtividade nacional ainda é baixa – 14 toneladas por hectare (IBGE-2020). Nesse contexto, de acordo com a publicação, a BRS Anembé mostra-se uma boa alternativa para a cadeia produtiva.

Nesse contexto, o processamento de raízes voltado à produção de doce, batata-palha, corantes, pó para shakes, fécula, entre outros, dadas às características de qualidade da cultivar, permite ao produtor e à agroindústria a agregação de valor aos produtos, propiciando que seus derivados possam ser utilizados em maior gama de preparos/receitas, entre as diversas possibilidades de uso.

OFERTA PÚBLICA

A BRS Anembé foi lançada juntamente com a BRS Cotinga e a CIP BRS Nuti, todas objeto do edital de Oferta Pública 14/2021, que licenciará produtores de mudas de batata-doce, inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM), e interessados na licença não exclusiva, intransferível e onerosa do direito de utilizar a marca “Tecnologia Embrapa”. Aberto em 06/12/2021, o edital tem prazo de encerramento no dia 06/01/2022, quando serão divulgados os nomes de empresas/produtores vencedores. (Da Embrapa Hortaliças)

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