Criada em 29/04/2019 às 20h36 | Comunicação

Agro deve tratar comunicação como 'insumo' e mostrar à sociedade sua importância, dizem produtor e profissionais

Profissionais da comunicação e produtor abordam a necessidade de o setor rural do país investir mais em comunicação para propagar sua importância não só na economia, mas nos aspectos sociais e ambientais no Brasil. Este é o destaque do Norte Agropecuário no Rádio.

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Enquanto em outros países os produtores são festejados, no Brasil, agronegócio, no geral, se comunica mal, precisa ser mais aberto para a sociedade urbana e leigos (foto: SCRural/CNA/Divulgação)


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O agronegócio brasileiro bate recordes, o país é reconhecido mundialmente como um dos principais polos produtores de alimentos e é o principal motor da economia nacional. Porém, o setor sofre muitas críticas, há correntes contrárias e até mesmo discriminação com a classe produtora. Neste contexto, o Norte Agropecuário no Rádio deste domingo, dia 28, na UFT FM, discutiu o papel da comunicação neste aspecto. 

Para o publicitário, jornalista e cineasta Marcelo Silva, o agro se comunica mal e está atrasado na preocupação com a comunicação, inclusive ficou para trás em relação à agricultura familiar.

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“A agricultura familiar se comunica há muito mais tempo, com coletivo de jornalistas, com a produção de jornais e construiu uma imagem mais positiva. O agro, em geral, se permitiu deixar de lado. Agora, as empresas investem, mas no foco de “vender mais”, não na imagem”, disse Silva que comanda ao lado da também jornalista e publicitária Zelma Coelho o “Public Agro”, núcleo de comunicação especializado da Agência Public, em Palmas (TO), com trabalhos pioneiros na área no Tocantins e que se expandiu para outros Estados.


Marcelo Silva: "Agricultura familiar
se comunica há mais tempo"

Ele avalia que o marketing deve ser analisado como investimento e não custo. “O marketing deve ser tratado como insumo. Isso vai passar a ser rotina. Falo de empresário que tem fazenda, tudo regularizado, funcionários contratados dentro da lei, etc... Isso agrega ao fator produtivo para a fazenda, para a empresa. Se investir em imagem sustentável todos saem ganhando”, afirmou.

COMUNICAÇÃO ABERTA

Já o jornalista Altair Albuquerque, CEO da Texto Comunicação Corporativa, com sede em São Paulo e que atende algumas das principais empresas do agronegócio brasileiro, afirma que a comunicação do agronegócio “tem que ser aberta e não fechada”. “[O agro] tem que se comunicar com as pessoas comuns, os leigos que não conhecem a cadeia produtiva. O campo é muito rico em eventos voltados para si. É um trabalho importante, fundamental, mas o campo para aí. O campo precisa mostrar para a sociedade a sua importância”, declarou.

Albuquerque, da Texto Comunicação

Ao ressaltar que “em outros países os produtores são festejados”, Albuquerque destacou que a sociedade brasileira não conhece o agronegócio. “A comunicação dentro da cadeia produtiva acontece bem. O produtor conhece seu negócio e tem noção clara do segmento. Quando o agro parte para a comunicação com a sociedade, fora da cadeia produtiva, há ainda muitos desafios. Sociedade urbana não conhece o agronegócio”, comentou.

MAIS HUMILDADE

Há 15 anos como empreendedor da comunicação no Matopiba, o jornalista Antônio Oliveira, cobra de lideranças do agronegócio “mais humildade” para propagar suas ações e realizações. “Não dá para se isolar, não dá para fazer um trabalho em torno de si”, declarou. Outro jornalista que participou do programa foi Nicolau Balaszow, do jornal Angus News, de Porto Alegre (RS). Para ele, os veículos de comunicação devem trocar mais experiências e o campo, num todo, utilizar mais ferramentas para dinamizar o setor.

Antônio Oliveira atua no Matopiba


Balaszow deu sua opinião sobre o tema 

COMUNICAÇÃO DIRECIONADA

Produtor rural e importante liderança do agronegócio do Tocantins, Ricardo Khouri, presidente da Coapa (Cooperativa Agroindustrial do Tocantins), afirma que a comunicação do setor deve ser direcionada. “Há quase um consenso neste tópico existe falta de conhecimento de causa da sociedade urbana em entender a importância e abrangência. “É preciso vender bem a imagem do agronegócio”, citou, ao comentar a relevância do agronegócio para a manutenção de empregos também nas cidades e o perfil preservacionista que o campo tem atualmente.

Ricardo Khouri, produtor e presidente da Coapa

O PROGRAMA

Na UFT 96,9 FM, o Norte Agropecuário no Rádio alcança um público de aproximadamente 450 mil pessoas que vivem em 20 cidades no entorno da capital tocantinense. O programa também está na internet, para a restante do Brasil e para o mundo no portal www.norteagropecuario.com.br e nos seus canais nas redes sociais (Twitter, Facebook e Youtube).

A atração da nova temporada na UFT FM é uma veiculação do programa em dois dias diferentes: aos domingos, a partir das 8h, e reprise às quartas-feiras, a partir das 7h20. O programa tem 30 minutos de duração, com uma apresentação do jornalista Cristiano Machado e Daniel Machado.

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