Criada em 06/05/2017 às 17h30 | Gado

Na busca por novos mercados internacionais para a carne, Tocantins espera status de livre da aftosa sem vacinação em 2021

Tema foi abordado durante abertura da campanha contra febre aftosa. O novo status é esperado com ansiedade por produtores. Sanidade do rebanho foi destaca por autoridades como fator responsável pela boa aceitação da carne tocantinense nos mercados nacional e internacional.

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Marcelo Miranda aplica vacina em gado em fazenda de Paranã: ressaltou a importância da sanidade do rebanho, sendo este fator responsável pela boa aceitação da carne nos mercados nacional e internacional (fotos: Pedro Barbosa\SecomTO)

A atuação do Estado no controle da sanidade animal, os 20 anos sem registro de foco da doença e a importância desse trabalho para a busca de novos mercados para exportação dos produtos tocantinenses foram os temas centrais da cerimônia de abertura da campanha de vacinação contra a febre aftosa. O lançamento oficial ocorreu na manhã deste sábado na fazenda Gameleira, em Paranã, no sudeste tocantinense. No local houve a comemoração do status de 20 anos sem a doença no Tocantins.

Um dos temas abordados foi a perspectiva do Estado de adquirir o status de livre de aftosa sem a obrigatoriedade da vacinação a partir de 2021. "O Ministério da Agricultura já lançou um plano estratégico para retirar a vacinação e o Tocantins deve conseguir esse status até 2021. Isso vai abrir ainda mais os mercados nacional e internacional para a nossa carne e de forma muito mais valorizada", declarou o presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Humberto Camelo.

O novo status é esperado com ansiedade por produtores como Renir Piva, proprietário da Fazenda Gameleira. "Queremos agora o status de Estado livre de aftosa sem vacinação, para podermos vender carne para mercados muito mais exigentes", disse. A propriedade tem atividade exclusivamente pecuária, com cerca de três mil animais, em cria, recria e engorda. Além disso, desenvolve muitas tecnologias, a exemplo da inseminação em tempo fixo e fecundação in vitro. “A vacinação é primordial para a sanidade do rebanho, e o Tocantins levou isso muito a sério, com um grande trabalho ao longo dos anos. O evento foi muito importante para difundir e divulgar os cuidados com a doença”, pontuou o proprietário da área. 

CARNE DO TOCANTINS

Ao abrir oficialmente a campanha, que ocorre desde o dia 1º, o governador ressaltou a importância da sanidade do rebanho, sendo este fator responsável pela boa aceitação da carne tocantinense nos mercados nacional e internacional. “É um orgulho poder dizer que a nossa carne já chega a mais de 100 países”, disse, destacando que este bom resultado faz parte do empenho e da dedicação de todos os envolvidos no setor da cadeia produtiva da carne.

Marcelo Miranda lembrou, ainda, que o Brasil é líder mundial em exportação de carne bovina, tendo o Tocantins como um grande colaborador, hoje com um rebanho estimado em 8,7 milhões de animais. "Agora, o grande desafio é a retirada da vacinação até 2021, tenho certeza que conseguiremos, mas até lá, temos que fazer nosso dever de casa", complementou o governador. 

SANIDADE DO ESTADO

Já Humberto Camelo, titular da Adapec, destacou o empenho do Governo do Estado para chegar a esse patamar de sanidade do rebanho e dos produtores para alcançar os índices vacinais de mais de 99% em todas as etapas.
Sobre os 20 anos sem incidência de aftosa no Tocantins, o secretário da Agricultura, Clemente Barros, disse que esse status deve levar em consideração o trabalho eficiente da Adapec e o comprometimento dos produtores em todas as etapas da vacinação. "Esse aspecto é muito importante para o Estado. Isso significa valorização do rebanho perante os mercados internacionais".

De acordo com o superintendente federal da Agricultura, Rodrigo Guerra, o Tocantins tem realizado um trabalho dedicado com produtores rurais e indústrias. “Vinte anos se passaram rápido, é prova que o trabalho foi bem feito e que tudo que fizemos está dando certo. Nossa carne é reconhecida, com grande representatividade, pois o boi ainda é criado a pasto”, destacou acrescentando que, se todos trabalharem bem, nos próximos anos o Brasil estará retirando a vacinação e podendo exportar carne para o mundo inteiro.

PARA 100 PAÍSES

Neste mês de maio, o Tocantins celebra 20 anos livre da aftosa com vacinação, sempre mantendo o índice acima de 90% dos animais vacinados nas duas etapas da campanha, em maio e novembro, conforme determinado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Com esse status, os produtores tocantinenses têm conseguido fazer com que a carne produzida no Estado chegue a mais de 100 países.

Os principais destinos das exportações são a Rússia, Egito, China (Hong Kong), Irã, Iraque, Argélia, Emirados Árabes, Líbia, Venezuela, entre outros. A campanha Esta primeira etapa da campanha de vacinação teve início no dia 1º e se estende até 31 de maio e envolve todo o rebanho de bovídeos independente da idade. 

Em 2016, o Tocantins exportou 33,1 mil toneladas de carnes e miúdos. Entre os maiores compradores estão: Rússia, Hong Kong, Egito, Emirados Árabes e o Chile. “O Estado se coloca de uma maneira proeminente à exportação de carne de boa qualidade para diversos países, e dentro em breve, estaremos livre sem vacinação, que resultará na conquista de países mais exigentes”, destacou Clemente Barros.

NÚMEROS DA CAMPANHA

A meta do Governo do Estado é imunizar mais de 8,6 milhões animais, distribuídos em mais de 56,5 mil propriedades rurais. Atualmente o Tocantins conta com um rebanho de mais de 8,7 milhões, o que o coloca em 11º lugar no ranking nacional em números de animais.

Após vacinar o rebanho, o produtor rural deve declarar a vacinação até 10 dias após a compra da vacina, nas unidades da Agência, presentes nos 139 municípios do Estado. É necessário estar munido da nota fiscal da vacina, com a Carta-Aviso devidamente preenchida, com os dados dos rebanhos existentes na propriedade rural. A multa para quem deixar de vacinar é R$ 5,32 por animal e R$ 127,69 por propriedade não declarada. Além disso, ter a ficha cadastral bloqueada e ser impedindo de transitar os animais. (Da Redação do Norte Agropecuário, com informações da Secom e Adapec)

Gado tocantinense: Estado completa 20 anos sem registro de febre aftosa (foto: Pedro Barbosa\SecomTO)

 Estado completa 20 anos sem registro de febre aftosa (foto: Pedro Barbosa\SecomTO)

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