Criada em 01/09/2017 às 15h08 | Investigação

Pecuaristas apontam prejuízo de R$ 3 mi e cobram do Mapa agilidade no retorno dos abates de frigoríficos alvos da "Vegas"

“Como sabido, já passamos por uma crise econômica gravíssima, e a investigação de suposto ato de corrupção não deve prejudicar a economia do Estado, travando a arrecadação de impostos, como também a vida do produtor que depende da venda de seus produtos”, diz documento encaminhado ao Mapa.

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CRISTIANO MACHADO
DE PALMAS

Pecuaristas ligados ao Sindicato dos Produtores Rurais de Araguaína (SRA) e Cooperativa dos Produtores do Vale do Araguaia (Valecoop) solicitam ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) agilidade na apuração das supostas irregularidades e autorize as empresas alvos da operação Vegas, da Polícia Federal, a retomar as atividades. O Mapa determinou a interdição e anunciou auditoria nas empresas. A carta foi enviada ao superintendente federal da Agricultura no Tocantins, Rodrigo Guerra.

“Nós produtores rurais pedimos encarecidamente aos órgãos responsáveis que deem celeridade aos processos que envolvem o retorno das atividades das plantas frigoríficas de Araguaína e região. Pois, como sabido, já passamos por uma crise econômica gravíssima, e a investigação de suposto ato de corrupção não deve prejudicar a economia do Estado, travando a arrecadação de impostos, como também a vida do produtor que depende da venda de seus produtos, impossibilitando-o assim a honrar seus compromissos”, diz um dos principais trechos da carta.

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Conforme o documento, o SRA e a cooperativa informa que, juntas, as plantas frigoríficas do Minerva e LKJ (Boiforte), alvos da ação, “empregam diretamente 1270 funcionários, movimentam juntas mais de 180 caminhões (boiadeiros, baús refrigerados e outros), atuam no mercado interno e externo com o abate de aproximadamente 1250 animais por dia, promovendo assim pagamentos ao produtor na estimativa de R$ 3.000.000,00.”

No ofício, os produtores dizem “enaltecer o trabalho de investigação da Polícia Federal e do Mapa”, mas “em razão de momentos difíceis” da economia, com reflexos negativos para o setor produtivo, pedem conclusão rápida das auditorias e o retorno das atividades das empresas.

“Vivemos momentos difíceis, e como cidadãos desejamos um país digno, ético pautado na moralidade, no qual seja valorizado o trabalho justo e honesto”, diz trecho do documento. “A referida paralisação dos abates, somada ao atual período de estiagem, promove o aumento do custo de produção do gado de corte de forma ainda imensurável, pois a manutenção de animais nas pastagens secas, leva a grandes perdas de peso, obrigando a suplementação com outras fontes de alimento”, complementa o documento.

Confira a íntegra do documento:

Ao

Ilmo. Sr. RODRIGO ROCHAEL GUERRA

Superintendente do Ministério da Agricultura do TO

 

Cumprimentando-o cordialmente, vimos respeitosamente a sua presença, para ressaltar nossa preocupação e ao mesmo tempo enaltecer o trabalho de investigação da Polícia Federal e do Ministério da Agricultura em combate a supostos esquemas de corrupção, deflagrado pela Operação Vegas.

Vivemos momentos difíceis, e como cidadãos desejamos um país digno, ético pautado na moralidade, no qual seja valorizado o trabalho justo e honesto.

Nós produtores rurais pedimos encarecidamente aos órgãos responsáveis que deem celeridade aos processos que envolvem o retorno das atividades das plantas frigoríficas de Araguaína e região. Pois, como sabido, já passamos por uma crise econômica gravíssima, e a investigação de suposto ato de corrupção não deve prejudicar a economia do Estado, travando a arrecadação de impostos, como também a vida do produtor que depende da venda de seus produtos, impossibilitando-o assim a honrar seus compromissos.

A referida paralisação dos abates, somada ao atual período de estiagem, promove o aumento do custo de produção do gado de corte de forma ainda imensurável, pois a manutenção de animais nas pastagens secas, leva a grandes perdas de peso, obrigando a suplementação com outras fontes de alimento.

Sabemos também que as plantas frigoríficas do Minerva e LKJ ( Boiforte ) empregam diretamente 1270 funcionários, movimentam juntas mais de 180 caminhões (boiadeiros, baús refrigerados e outros), atuam no mercado interno e externo com o abate de aproximadamente 1250 animais por dia, promovendo assim pagamentos ao produtor na estimativa de R$ 3.000.000,00.

Vale dizer, muito embora de grande relevância todo o trabalho de investigação que objetiva a elucidação de ilícitos, não pode o malfeito alheio comprometer o trabalho honesto, a produção e a administração daqueles que dependem da atividade da indústria frigorífica.

Desta forma, reiterando os sinceros e respeitosos protestos de grande estima, destacamos a necessidade de vossa intervenção nesse processo.

Atenciosamente,

SINDICATO RURAL DE ARAGUAÍNA

COOPERATIVA DOS PRODUTORES DO VALE DO ARAGUAIA – VALECOOP

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