Criada em 05/08/2017 às 16h29 | Política brasileira

Ministro diz que acusação é “mentirosa, leviana e criminosa”: “Rito no pagamento de precatórios foi absolutamente legal”

“Causa estranheza e indignação que possíveis acordos de colaboração, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas”, diz ministro ao lançar suspeitas sobre a delação.

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Blairo: "Entendo ser lamentável os ataques a minha reputação, mas estou com a consciência tranquila e assim que tiver acesso ao teor da possível delação usarei de todos os meios legais necessários para me defender" (foto: Beto Barata/PR)

Citado em delação premiada, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP) classificou como “mentirosa, leviana e criminosa”, as acusações do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) de que teria participado de um esquema para liberar dinheiro de precatórios (dívidas decorrentes de sentenças judiciais) estaduais em troca do apoio de parlamentares do Estado. Para ele, o objetivo de Silval, que foi vice-governador de Maggi entre 2007 e 2010, é “manchar” sua reputação. 

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Conforme publicado pelo jornal Folha de São Paulo, nessa sexta-feira (04), uma das revelações de Silval, em delação premiada junto à Procuradoria Geral da República, foi de que o acordo teria acontecido ao fim da gestão de Maggi como governador do Estado. As informações são do FolhaMax.

Nas investigações da Polícia Federal, desenroladas ainda na “Operação Ararath”, foi constatado que entre 2009 e 2012, o governo de Mato Grosso pagou R$ 260,6 milhões à empreiteira Andrade Gutierrez referente a dívidas por obras feitas pelo grupo na década de 1980.

As investigações ainda descobriram que assim que recebeu uma garantia de pagamento, a construtora vendeu os créditos dos precatórios à Piran Participações, com deságio de 54%, o que gerou prejuízos financeiros à empreiteira.“O rito obedecido no caso dos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos da estrutura do governo do Estado de Mato Grosso, e de acordo com os procedimentos exigidos”, diz a nota do ministro.

Maggi ainda lançou suspeitas sobre acordos de colaboração premiada que vem sendo firmados nas mais variadas operações realizadas no país. “Causa estranheza e indignação que possíveis acordos de colaboração, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública”, diz trecho de nota encaminhada pelo ministro. (Com informações da FolhaMax)

Confira a nota de Blairo Maggi:

Deixo claro, desde já, que causa estranheza e indignação que possíveis acordos de colaboração, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública. Mesmo assim, diante dos questionamentos, vimos a público prestar os seguintes esclarecimentos:

1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para obstruir a justiça ou atrapalhar as investigações. Essa afirmação é mentirosa, leviana e criminosa.

2. O rito obedecido no caso dos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos da estrutura do governo do Estado de Mato Grosso, e de acordo com os procedimentos exigidos.

3. O destino dos recursos já no âmbito da iniciativa privada não é da alçada de um governador de Estado, de modo que desconheço, em absoluto, qualquer relação comercial entre a Andrade Gutierrez e a empresa Piran Participações.

4. Nunca participei de qualquer reunião com fins espúrios, seja como governador ou em qualquer outra função que já desempenhei nas iniciativas públicas ou privadas.

5. Jamais utilizei de meios ilícitos na relação entre o Poder Executivo e a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional;

6. Por fim, entendo ser lamentável os ataques a minha reputação, mas estou com a consciência tranquila e assim que tiver acesso ao teor da possível delação usarei de todos os meios legais necessários para me defender, pois definitivamente acredito na Justiça. O momento exige serenidade e responsabilidade.

Blairo Maggi"

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